Paola Kirst explora engasgos e vulnerabilidades em “Pigarra”

A cantora e compositora Paola Kirst apresenta o espetáculo Pigarra, nesta quinta-feira (14/9), às 19h30, na Sala Álvaro Moreyra, integrando a programação do 30º Porto Alegre em Cena – ingressos à venda. Com direção de Thais Andrade, a performance intercala música, histórias e improvisações para abordar silenciamentos e memórias.
Pigarra estreou em abril e nasce das reflexões de Paola sobre dificuldades de expressão – tudo aquilo que fica represado, seja na hora de falar ou cantar. “Queria olhar pra isso com cuidado e misturar tudo em cena. Além de música e performance, tem momentos em que convido o público a participar por escrito através de uma provocação. Quais são essas coisas que não colocamos pra fora? Pigarra é uma tentativa de desengasgo”, conta a artista.

“Tem sido muito desafiador olhar para as essas questões e histórias para transformá-las artisticamente. Também é encorajador estar em um espetáculo inteiramente conduzido por mim, mas que não olha somente para a música. Tem muito espaço para histórias particulares, costuradas com o lugar de onde venho e pessoas importantes na minha trajetória”, completa a cantora, que em 2018 lançou o álbum Costuras que Me Bordam Marcas na Pele, premiado com o Prêmio Açorianos de Música na categoria Revelação. Em 2021, ela lançou o álbum visual Vertigem com o músico Lorenzo Flach e mesclou linguagens no espetáculo Isso Não É um Grupo, ao lado de Emily Borghetti, Pedro Borghetti e Rafa Costa – relembre a entrevista.
Pigarra lança um olhar para memórias como laboratório de experimentação do corpo e da voz. “Gosto muito de usar a voz como instrumento. Na performance, uso um pedal de loop para criar camadas com a voz e improvisar. Também apresento músicas novas e conto com a participação do Bernardo Zubaran na gaita de boca”, antecipa Paola.
“Criamos um espetáculo que permite muito a vulnerabilidade da Paola de contar histórias de forma sensível e acolhedora, intercaladas com as músicas que ela canta nos shows. A performance acontece com quem está ali na hora, nunca será igual, depende muito do jogo com o público”, comenta a diretora Thais Andrade, que assim como Paola integra o coletivo Pedra Redonda.