Manolo Pavón/Divulgação
Baseado em um curta-metragem homônimo indicado ao Oscar da categoria em 2019, Madre (2019) entra em cartaz nos cinemas brasileiros nesta quinta-feira (9/12). O drama do diretor e roteirista espanhol Rodrigo Sorogoyen rendeu o prêmio de Melhor Atriz para Marta Nieto na mostra Horizontes no Festival de Veneza de 2019.
Em Madre, uma conversa cotidiana entre Elena (Nieto) e sua mãe se transforma em uma trágica corrida contra o tempo quando a protagonista recebe um estranho telefonema de Iván, seu filho de seis anos. O garoto foi passar as férias na França com o pai – porém, ao ligar para a mãe, diz estar sozinho e perdido na praia.
Dez anos depois do desaparecimento de Iván, Elena mora nessa mesma praia francesa, onde trabalha em um restaurante. Vivendo um relacionamento amoroso com Joseba (Alex Brendemühl), a personagem parece estar se recuperando do trágico trauma até conhecer Jean (Jules Porier), um adolescente francês em férias com a família no balneário que a faz lembrar muito seu filho. Os dois embarcam em uma estranha relação, marcada por amor e desconfiança.
Atriz espanhola que também protagonizou o curta Madre, Marta Nieto brilha em cena como a mãe enlutada que não consegue se desapegar da memória do filho e canaliza todo o afeto e o carinho maternos represados para o jovem Jean. O filme potencializa a constante atenção tensa de Elena a tudo o que acontece ao seu redor filmando quase sempre a personagem com uma lente grande angular, ampliando o campo de visão em cena – mas causando também uma certa distorção da imagem, principalmente nas bordas do quadro. Esse recurso fotográfico acaba espelhando assim o próprio turbilhão interno da protagonista, tão excessivamente concentrada em interpretar tudo o que enxerga a sua volta que termina por perder a real perspectiva das coisas.
Madre: * * * *
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