Matérias | Matinal

Cais é bomba na mesa

Change Size Text
Cais é bomba na mesa Este texto é o trecho de uma das matérias publicadas na edição especial sobre o Cais Mauá no Jornal Já, de maio de 2019, com 16 páginas. O periódico com o conteúdo completo pode ser comprado . Depois de atravessar seis governos, a tão esperada revitalização do Cais Mauá não saiu do papel e, des de janeiro, está pousa da na mesa governador Eduardo Leite, como uma bomba-relógio. Terreno mais valioso de Porto Alegre, com três quilômetros de extensão diante do Guaíba, o cais está abandonado. Os prédios e os equipamentos tombados pelo patrimônio público estão em risco. Cercada e trancada a cadeado, a área de 180 hectares junto ao centro histórico da capital está, desde 2010, concedida por 25 anos a uma empresa privada. O projeto de reconciliar a cidade com seu porto, com um novo espaço de convivência e lazer que revolucionaria o centro histórico de Porto Alegre, parece cada vez mais distante A Cais Mauá do Brasil, que ganhou a concessão, prometia investir 500 milhões para implantar em quatro anos um novo pólo empresarialcomercial na área do antigo porto da capital. Com os recursos da exploração comercial-imobiliária seriam bancados os restauros dos bens tombados pelo patrimônio. A empresa trocou cinco vezes de direção e só acumula dívidas, sem dar início às obras. O fundo criado para atrair investidores está a zero, embora tenha captado R$ 130 milhões de fundos de pensão. Um relatório da Procuradoria Geral do Estado aponta sete razões para que o governador Eduardo Leite denuncie como nulo o contrato de concessão do cais Mauá. Um ofício da concessionária Cais Mauá do Brasil, protocolado em 15 de abril pede ao governador que não tome nenhuma decisão antes de 90 dias, quando apresentará um plano e garantias para as obras de revitalização do cais Mauá. Os novos gestores, que assumiram há um ano, querem apagar o passado e propõem uma “repactuação”. Reformar o contra- to, revendo prazos e compromissos, inclusive um novo projeto de obras. Prometem apresentar as garantias que até agora não apareceram e adiantam inclusive o nome de um parceiro poderoso, o grupo Power China, gigante estatal chinês, que atua em mais de 100 países com projetos de energia, construção naval e infraestrutura. O grupo chinês tem, inclusive, um projeto de termoelétrica no Rio Grande do Sul, para gerar 600 MW, queimando carvão. Se o governo levar adiante a intenção já anunciada de rescindir o contrato, a empresa também já anunciou que vai à Justiça. Já mandou inclusive fazer uma avaliação de seu valor de mercado por uma auditoria internacional: R$ 230 milhões. A repactuação do contrato tem empecilhos de toda ordem, a começar pelos atores em cena, que não são os mesmos que assinaram em 2010. O governador, que levou o problema na bagagem em sua viagem de dez dias ao exterior, voltou com ele na mala. Na ida, fez saber sua intenção de rescindir o contrato. Desde que voltou, porém, se mantém em silêncio e dá entrevistas sem per- guntas sobre o […]

Quer ter acesso ao conteúdo exclusivo?

Assine o Premium

Você também pode experimentar nossas newsletters por 15 dias!

Experimente grátis as newsletters do Grupo Matinal!

Este texto é o trecho de uma das matérias publicadas na edição especial sobre o Cais Mauá no Jornal Já, de maio de 2019, com 16 páginas. O periódico com o conteúdo completo pode ser comprado . Depois de atravessar seis governos, a tão esperada revitalização do Cais Mauá não saiu do papel e, des de janeiro, está pousa da na mesa governador Eduardo Leite, como uma bomba-relógio. Terreno mais valioso de Porto Alegre, com três quilômetros de extensão diante do Guaíba, o cais está abandonado. Os prédios e os equipamentos tombados pelo patrimônio público estão em risco. Cercada e trancada a cadeado, a área de 180 hectares junto ao centro histórico da capital está, desde 2010, concedida por 25 anos a uma empresa privada. O projeto de reconciliar a cidade com seu porto, com um novo espaço de convivência e lazer que revolucionaria o centro histórico de Porto Alegre, parece cada vez mais distante A Cais Mauá do Brasil, que ganhou a concessão, prometia investir 500 milhões para implantar em quatro anos um novo pólo empresarialcomercial na área do antigo porto da capital. Com os recursos da exploração comercial-imobiliária seriam bancados os restauros dos bens tombados pelo patrimônio. A empresa trocou cinco vezes de direção e só acumula dívidas, sem dar início às obras. O fundo criado para atrair investidores está a zero, embora tenha captado R$ 130 milhões de fundos de pensão. Um relatório da Procuradoria Geral do Estado aponta sete razões para que o governador Eduardo Leite denuncie como nulo o contrato de concessão do cais Mauá. Um ofício da concessionária Cais Mauá do Brasil, protocolado em 15 de abril pede ao governador que não tome nenhuma decisão antes de 90 dias, quando apresentará um plano e garantias para as obras de revitalização do cais Mauá. Os novos gestores, que assumiram há um ano, querem apagar o passado e propõem uma “repactuação”. Reformar o contra- to, revendo prazos e compromissos, inclusive um novo projeto de obras. Prometem apresentar as garantias que até agora não apareceram e adiantam inclusive o nome de um parceiro poderoso, o grupo Power China, gigante estatal chinês, que atua em mais de 100 países com projetos de energia, construção naval e infraestrutura. O grupo chinês tem, inclusive, um projeto de termoelétrica no Rio Grande do Sul, para gerar 600 MW, queimando carvão. Se o governo levar adiante a intenção já anunciada de rescindir o contrato, a empresa também já anunciou que vai à Justiça. Já mandou inclusive fazer uma avaliação de seu valor de mercado por uma auditoria internacional: R$ 230 milhões. A repactuação do contrato tem empecilhos de toda ordem, a começar pelos atores em cena, que não são os mesmos que assinaram em 2010. O governador, que levou o problema na bagagem em sua viagem de dez dias ao exterior, voltou com ele na mala. Na ida, fez saber sua intenção de rescindir o contrato. Desde que voltou, porém, se mantém em silêncio e dá entrevistas sem per- guntas sobre o […]

Quer ter acesso ao conteúdo exclusivo?

Assine o Premium

Você também pode experimentar nossas newsletters por 15 dias!

Experimente grátis as newsletters do Grupo Matinal!

RELACIONADAS

Esqueceu sua senha?

ASSINE E GANHE UMA EDIÇÃO HISTÓRICA DA REVISTA PARÊNTESE.
ASSINE E GANHE UMA EDIÇÃO HISTÓRICA DA REVISTA PARÊNTESE.