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Indústria criativa empregou mais que setores tradicionais, aponta pesquisa do governo
Por Tiago Lobo Parece que o mercado resolveu parar de brigar com a cultura e começa a perceber seu potencial econômico. Ele é inegável. A chamada “indústria da criatividade”, em 2017, empregou 130 mil pessoas no RS, superando os 111 mil contratados pelo setor calçadista e 105 mil nas montadoras automobilísticas. Chegou logo atrás, por exemplo, de áreas com alta geração de postos de trabalho como a construção civil, com 138 mil empregos. Isso coloca o RS na quarta posição no ranking nacional tanto em termos de empregos formais como de empreendimentos registrados, ficando atrás de São Paulo, Rio de Janeiro e Minas Gerais. A conclusão é de um estudo divulgado na semana passada pelas Secretarias de Planejamento (Seplag) e Cultura (Sedac) do RS. Com um recorte de 2006 a 2017, e utilizando dados da Relação Anual de Informações Sociais (RAIS), do cadastro de empresas junto ao IBGE e do Portal do Empreendedor do Ministério da Economia, a pesquisa compreendeu a indústria criativa como todas aquelas que estão no cruzamento entre artes, negócios e tecnologia, incluindo atividades culturais tradicionais (como artes performáticas e visuais) e aquelas próximas ao mercado relacionado à mídia (publicações, jornalismo, publicidade). Queda nos últimos cinco anos – No entanto, é preciso cautela com os dados. Em 2017 foram registrados 27,6 mil empreendimentos que representaram 4,1% da força de trabalho do Estado no ano. Analisando o recorte histórico, indica uma oscilação que acompanha a média nacional. O número de empreendimentos cresceu na ordem de 8% entre 2006 e 2010: foi de 30,3 para 32,7 mil empreendimentos. Apresentou queda e estabilizou em 31 mil empreendimentos em 2013. Depois disso só encolheu na onda da recessão que o país entrou a partir de 2014, em média, 5,3%, chegando nos dados de 2017. Já o número de postos de trabalho gerados cresceu de 2006 para 2013 e voltou a cair até 2017, quando registrou um tímido crescimento de 0,15% em comparação com 2016. Um dos pesquisadores responsáveis, Tarson Núñez, explica que foram analisadas apenas vagas de trabalhos formais, por isso “é possível identificar apenas uma parcela da totalidade de empreendimentos e trabalhadores desses setores”. Segundo o perfil da informalidade no Rio Grande do Sul que consta no Relatório do Mercado de Trabalho do RS 2017 que pode ser consultado no site da Seplag, elaborado a partir de dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad), do IBGE, no quarto trimestre de 2017 a taxa média de informalidade era de 28%. Pequenas empresas, alta rotatividade e salários mais baixos Tecnologias da informação e comunicação (TI); Publicação, editoração e mídia (imprensa e marketing); Arquitetura, design e moda; e Telecomunicações, em 2017, geraram 71,2% dos empregos e 26,1% dos Microempreendedores Individuais (MEI’s) do ramo. Os outros setores como Audiovisual; Publicidade; Artes visuais e performáticas; Ensino de cultura; Patrimônio e culturas tradicionais, somados, representam apenas 28,7% dos empregos e 73,8% dos MEI’s registrados em 2017. Segundo a pesquisa, 59,2% dos estabelecimentos da economia criativa possuíam de um a quatro empregados e apenas […]