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Aprovado em Brasília projeto que reconhece calamidade no RS

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Aprovado em Brasília projeto que reconhece calamidade no RS Foto: Celso Bender / ALRS

A Câmara dos Deputados aprovou ontem um projeto de lei que reconhece estado de calamidade no território gaúcho até 31 de dezembro de 2024. A proposta já havia sido aprovada pelo Senado e flexibiliza as regras fiscais e facilita o auxílio aos municípios atingidos pelas chuvas. As enchentes que castigaram o estado recentemente foram mencionadas pelo presidente Lula no discurso de abertura da Assembleia Geral da ONU, onde ele chamou a atenção para a crise climática. O tema, aliás, foi debatido em audiência pública na Assembleia Legislativa na segunda-feira, com a presença de derca de 500 pessoas – nenhuma representando a gestão Eduardo Leite (PSDB), apesar do convite enviado ao executivo.

Ainda em reconstrução, RS deve enfrentar mais chuvas pela frente – O estado segue lidando com os estragos causados pelas enchentes que já deixaram 49 mortos e 9 desaparecidos na região do Vale do Taquari, segundo o balanço da Defesa Civil de ontem. Imagens captadas por satélites expõem a amplitude da destruição nos municípios mais afetados. Em reportagem publicada ontem por GZH, o governo admitiu que é preciso aperfeiçoar o sistema de alertas no estado. A mobilização para ajudar as famílias desabrigadas continua e a solidariedade integrou as festividades do dia 20 de setembro – aliás, para marcar a data, um grupo de 300 tradicionalistas realizou uma Cavalgada Solidária, que arrecadou alimentos não perecíveis para as vítimas das inundações. E a previsão é de mais temporal: uma onda de calor deve aumentar o risco de tempestades no estado no final da semana, alertou a MetSul. O cenário tende a seguir nos próximos meses no RS, já que chuvas frequentes e acima da média são consequências do El Niño. Além da primavera, a alta precipitação deve seguir também no verão, até o final do ano.

Coleta de lixo em Porto Alegre deve ser normalizada até a próxima semana – Após rompimento com o consórcio que era responsável pelo recolhimento mecanizado de lixo em 19 bairros da capital, a prefeitura prevê a normalização do serviço até a semana que vem. A empresa que assumiu a operação, a Conesul, começou a atuar na terça de forma emergencial, devendo prestar o serviço por até 180 dias. Ao todo, sete caminhões trabalham na coleta automatizada – o consórcio anterior tinha três veículos. Ainda na próxima semana, a Conesul deve substituir os contêineres já existentes por um modelo maior, a previsão é de que sejam trocados de 30 a 50 equipamentos por dia. Já a empresa anterior, Porto Alegre Limpa, deverá pagar 12 milhões de reais em multas devido às falhas no trabalho, de acordo com a Secretaria Municipal de Serviços Urbanos (Smsurb). O consórcio, que já havia informado que iria recorrer a rescisão na justiça, questionou os valores e destacou que a quebra de contrato unilateral deve permitir que a empresa receba um montante. Em entrevista a GZH, o engenheiro civil Alexis Carvalho, representante da empresa, disse desconhecer as multas relatadas pela Smsurb.


Reportagem Matinal

Número de postos de bombeiros na capital é menos da metade do necessário

Enquanto Endrick, quatro anos, assistia à televisão, sua mãe preparava a janta na cozinha, por volta das 21h de uma terça-feira, 29 de agosto. Um curto-circuito no cômodo onde estava a criança, entretanto, principiou um incêndio que se espalharia por toda a casa onde mora a família, na Vila Vargas, zona leste de Porto Alegre. Karoline Lucas Teixeira, 24 anos, correu para buscar o filho. Ele estava no andar superior, em uma espécie de mezanino, acessível por uma escada metálica em formato caracol. Quando chegou ao andar de cima, foi atingida pelo fogo: queimou o rosto, as mãos e as pernas. Endrick, ao perceber as chamas, correu para fora de casa, mas Karoline só percebeu que o filho não estava ao não encontrá-lo na sala. 

A mãe alcançou o filho, que teve uma leve queimadura no pulso, do lado de fora. A vizinhança, concentrada em frente à residência, chamou os bombeiros e começou o trabalho de combate ao fogo. Dois extintores do Mercado do Gringo, que fica na esquina mais próxima, foram esvaziados nas chamas. Mangueiras de água das casas vizinhas foram utilizadas enquanto não chegava o caminhão de bombeiros. 

O primeiro veículo chegaria, de acordo com relatos dos vizinhos, uma hora e meia depois do chamado, mas teria chegado sem água. O segundo caminhão, carregado, viria alguns minutos depois, mas tarde demais – da casa de alvenaria só restaram os tijolos e a janela de metal. Os bombeiros negam as informações. A ambulância do Samu, embora chamada, não apareceu.

Incêndios como o que destruiu a casa de Karoline e Endrick são comuns na Vila Vargas e do Morro da Cruz. Para profissionais da área, o número de postos de bombeiros na capital é menos do que a metade do necessário para atender a população porto-alegrense.

Leia a reportagem completa


Outros links:


Nanni Rios

Uma ministra negra e o aborto no Brasil

O Supremo Tribunal Federal de um país como o Brasil, cuja maioria da população é composta por mulheres, tem apenas duas representantes do gênero entre as suas 11 cadeiras. Este mesmo país, que é composto também por uma maioria negra, não tem nenhum representante negro em sua suprema corte. A demanda por mais representatividade de mulheres e pessoas negras no STF é uma questão latente e muito própria do agora e divide opiniões não só de conservadores x progressistas, mas dentro da própria esquerda, entre pessoas que dizem combater desigualdades e desejar um país mais justo.

Leia a coluna de estreia de Nanni Rios.


Zé Flávio

Vitor Ramil homenageia o guitarrista, amigo e “irmão” Zé Flávio, que nos deixou no mês passado. 

Não poderia haver sincronicidade maior e mais dolorosa do que preparar uma citação de Dear Prudence, dos Beatles, para o show Casa Ramil e a despedida do Zé Flávio acontecer justo no dia da nossa estreia. Ele me ensinou a tocar essa e muitas outras músicas dos fab four quando eu era adolescente. Os Beatles eram os heróis que tínhamos em comum; nós, incomuns. O Zé foi o irmão mais velho com quem tive sintonia irrestrita, talvez pelo detalhe de não termos sido irmãos de verdade.

Leia o texto completo aqui.


Cultura

Agenda

A partir das 15h, a Cinemateca Capitólio exibe a mostra Bruce Lee: 50 Anos, com cinco filmes remasterizados em 4K.

documentário Amazônia, a Nova Minamata?, de Jorge Bodanzky, será exibido no auditório do Prédio 5 da PUCRS, às 17h, seguido de bate-papo do diretor com o antropólogo Nuno Godolphim e os pesquisadores Luciana Murari Marcus Seferin

Instituto Estadual de Cinema promove o evento Primavera Gaúcha, exibindo 20 produções locais em longa-metragem, com curadoria da Associação de Críticos de Cinema do RS, na Cinemateca Paulo Amorim, a partir das 19h, com sessão de Anahy de las Misiones, de Sérgio Silva.

Os violonistas Marcello Caminha Maurício Marques fazem show da série Mundo do Violão, às 20h, no Farol Santander.

Hoje e amanhã, Djavan canta no Auditório Araújo Vianna, às 21h.A exposição A Certa Sombra, da artista visual Marina Camargo, exibida no Instituto Ling, encerra-se neste sábado – relembre a matéria sobre a mostra.

Veja a agenda completa


Você viu?

Desde 2001, pessoas em situação de rua em Porto Alegre são protagonistas de um jornal, produzido por eles e pelo qual exercem a cidadania em busca dos seus direitos. O Boca de Rua, periódico trimestral que circula pela capital gaúcha, foi um dos responsáveis pela conscientização e inclusão desse grupo na lista do público prioritário da vacinação contra covid-19, no período da pandemia, como recorda esta reportagem do Nonada. Naquele momento, diante da pressão exercida pela comunidade, o governo federal liberou uma cota das vacinas somente para pessoas nessa situação ao mesmo tempo em que a desinformação sobre os imunizantes se alastrava, inclusive entre quem vive na rua. Hoje, os Bocas, como são conhecidos os comunicadores do jornal, seguem na luta contra a negligência de políticas públicas e cobram pelo acesso à cultura, educação e saúde.

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