Carta da Editora

Harmonia em 2023

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Harmonia em 2023 Foto: Roven Images/Unsplash

O ano que está prestes a se encerrar deu muita dor de cabeça pra gente. Começamos sob uma nova onda de covid, ainda sem o esquema de vacinação completo. No meio do ano, enterramos o jornalista Dom Phillips e o indigenista Bruno Pereira, na Amazônia; nos chocamos com a morte de Genivaldo de Jesus, asfixiado por policiais federais, e tantas outras tragédias que vou poupá-los de lembrar.

Vivemos intensamente as eleições ao longo de todo o ano. Desde a tensão pré-campanha até a confirmação de que, sim, foram as eleições mais violentas que testemunhamos no Brasil.

Pouco de 2022 vai deixar saudade. Mas é neste pouco – que, na verdade, vale muito – que eu desejo que vocês possam se agarrar. Que nas festas de fim de ano, vocês estejam rodeados pelos seus afetos.

Por mais que uma minoria de verde e amarelo insista em pedir intervenção militar em frente aos quartéis, lembrem-se de que eles são isso, uma minoria. A maioria das pessoas quer estar em harmonia, como diz Marisa Monte no documentário Portas e Janelas. E é na mensagem de Marisa que pego carona para encerrar esta breve carta:

“A multidão é sempre afinada. Mesmo que tenha um ou outro que não cante ou nem saiba a letra, quando você canta com uma multidão, ela está sempre afinada. Isso me dá muita fé na humanidade, me dá a certeza de que a maioria das pessoas quer estar em harmonia, quer viver em comunhão. As pessoas querem estar no tom. Pode ter uns que destoam, uns desafinados, mas a harmonia sobressai.”

Não vamos escapar de algumas notas fora do tom em 2023. Mas que sejamos sempre capazes de retomar a harmonia. Um abraço afetuoso a todos e todas que nos acompanharam neste ano tão desafinado.

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