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Cesta básica de Porto Alegre é a terceira mais cara entre as capitais

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Cesta básica de Porto Alegre é a terceira mais cara entre as capitais

Levantamento mensal feito pelo Dieese indica que a cesta básica custou 754,19 reais em Porto Alegre no mês de junho. O valor é 1,9% menor do que aquele aferido em maio. Dos treze itens pesquisados, oito tiveram redução no preço: tomate, banana, batata, carne, feijão, pão, óleo de soja e arroz. Os demais encareceram: leite, café, manteiga, farinha de trigo e açúcar tiveram variação positiva.

O aumento no preço do leite, que em Porto Alegre chegou a 44,45%, é causado pelo período de entressafra e pelo impacto da estiagem. Esses dois fatores “reduziram a oferta do leite que, somada aos altos custos de produção, com alimentação do gado e medicamento, resultaram em elevação do preço do produto no campo”, de acordo com a nota técnica. Segundo o Sindicato da Indústria de Laticínios e Derivados (Sindilat), a produção de leite caiu 12% no primeiro trimestre, mas deve estabilizar a partir de agosto.

No acumulado do primeiro semestre deste ano, os alimentos ficaram 10,44% mais caros em Porto Alegre. Com isso, a capital gaúcha tem a terceira cesta básica de custo mais alto entre todas as capitais do Brasil –  superada apenas por São Paulo (777,01 reais) e Florianópolis (760,14 reais). Com isso, o Dieese calcula que, para bancar uma cesta básica, o porto-alegrense precisa trabalhar 136 horas e 54 minutos. Em valores absolutos, o percentual do salário mínimo líquido gasto para a compra dos produtos na cesta é de 62,27% dos atuais 1.212 reais.

Trabalhador gasta em média 36,12 reais para comer fora de casa em Porto Alegre

O custo dos restaurantes aumentou 6% entre 2019 e 2022 na capital gaúcha, segundo a pesquisa Preço Médio da Refeição Fora do Lar, da Associação Brasileira das Empresas de Benefícios ao Trabalhador (ABBT). O preço médio de um almoço fica em 36,12 reais, mas o modo de refeição varia: o “prato feito” é o mais barato, custando 28,23 reais em média; o almoço a la carte tem custo mais alto, em média 66,42 reais. Esses valores correspondem a uma refeição ideal segundo o Programa de Alimentação do Trabalhador (PAT) — prato, bebida, sobremesa e café — em locais que aceitam vale-refeição. O preço de Porto Alegre está abaixo da média nacional, de 40,64 reais, uma alta de 17,4% ante 2019. O aumento não reflete integralmente a inflação dos alimentos, segundo Jessica Srour, diretora executiva da ABBT. “Os restaurantes estão se adaptando à nova realidade de mercado trazida pela pandemia de covid-19 e evitando repassar a alta dos custos aos trabalhadores”, afirma.

2,75 milhões ainda não buscaram reforço vacinal contra covid no RS

A vacinação diminuiu drasticamente o número de casos graves e mortes pela covid-19; ainda assim, 2,57 milhões de gaúchos ainda não tomaram a terceira dose do imunizante. Esse número representa 24% da população do Estado. Outros 2,38 milhões de indivíduos já poderiam ter recebido a quarta aplicação, mas não o fizeram. As estatísticas, levantadas pela Secretaria Estadual da Saúde a pedido de GZH, ainda mostram que 6% dos gaúchos sequer tomaram a primeira dose. Segundo especialistas ouvidos pela Rádio Gaúcha, a baixa procura pelas doses de reforço tem a ver com uma falsa sensação de segurança, que leva à menor preocupação com a doença. Segundo a reitora da UFCSPA, Lucia Pellanda, que é professora de Epidemiologia, as vacinas seriam “vítimas do próprio sucesso” – conforme a imunização vai surtindo efeito, quadros mais graves desaparecem, o que dá a impressão de não ser mais necessário vacinar-se. A reitora relembra, entretanto, que o esquema vacinal completo é essencial para que não haja mutação do vírus e a chegada de novas variantes.

Especialista alerta para viés de raça e gênero em tecnologia de reconhecimento facial 

Com a possibilidade de a tecnologia de reconhecimento facial ter seu uso ampliado pelas autoridades de segurança pública no RS, o assunto virou pauta na Câmara de Vereadores de Porto Alegre. Para ampliar o debate, o Matinal realizou uma live ontem com Luã Cruz, pesquisador do Programa de Telecomunicações e Direitos Digitais do Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor. Um dos problemas listados por Cruz é que essa tecnologia não funciona muito bem, especialmente em alguns tipos de rostos, como de pessoas negras e de mulheres. Episódios de falsos positivos, que geralmente são de pessoas negras, não são raros em cidades que já adotam câmeras de reconhecimento facial na segurança pública. Se as falhas técnicas geram um problema de identificação com forte viés racial, uma operação que seja 100% eficaz representa outro perigo: ao conseguir identificar todo mundo na cidade, seus trajetos, as pessoas com quem cada um se encontrou, surgem outros tipos de violações de direitos, garantidos pela Lei Geral de Proteção de Dados Pessoais. Assista à entrevista na íntegra.

Outros links:

  • Pesquisa do IBGE mostra que, em 85,2% dos domicílios gaúchos, nenhum morador viajou nos últimos três meses.  É uma alta de dez pontos percentuais em relação a 2019. A falta de dinheiro é o motivo específico mais mencionado — foi citada em 20,8% das residências.
  • Devido à redução da alíquota máxima do ICMS para 17%, a CEEE Equatorial vai reduzir a conta de energia elétrica para clientes residenciais e comerciais. O percentual anterior era de 25%.
  • Em entrevista a Rosane de Oliveira (🔒), o pré-candidato do PSB ao governo do RS, Beto Albuquerque, reclamou do que chama de “falta de reciprocidade” do PT. Segundo ele, após Márcio França abrir mão de disputar o Palácio dos Bandeirantes, o caminho natural seria o apoio petista à sua candidatura.
  • A nova direção projeta reabrir a emergência pediátrica do Hospital Universitário de Canoas nesta semana. No final de maio, a Justiça determinou intervenção na gerência do local após denúncias de irregularidades.
  • A Fiergs divulgou que a criação de empregos na indústria gaúcha subiu pelo segundo ano consecutivo. De acordo com o Índice de Desempenho Industrial do RS, a ocupação no setor é a mais alta desde março de 2015.
  • Advogados de 20 famílias que moram na Ocupação Sarandi foram à Assembleia Legislativa denunciar ameaça de despejo apesar de proibição do STF de que operações do tipo ocorram até pelo menos outubro. Metade dos moradores da área são venezuelanos.
  • “Pacote de bondades a menos de três menos das eleições, com fartura de dinheiro público, pode isso, Arnaldo?”, pergunta Juremir Machado na coluna desta quinta.

Cultura

Agenda (🔒)

O Som Black dá nome ao show do projeto Mistura Fina que a cantora Andréa Cavalheiro e o pianista Michel Dorfman apresentam, às 18h30, no Foyer Nobre do Theatro São Pedro

No CineBancários, às 19h, estreia o documentário Gyuri, sobre a fotógrafa Claudia Andujar e sua relação com os povos indígenas.

Às 20h, o Instituto Ling dá início ao projeto 10+10, com interpretações das obras de dez compositores brasileiros, começando por João Pernambuco, apresentado pelos violões do Trio Rebuliço, formado por Mathias 7 CordasNeuro Júnior e Thiago Colombo.

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Você viu?

Reduto do samba e da MPB em Porto Alegre, o tradicional Bar do Nito completa em julho três décadas de história. Criado em 1992 por Nerci Padilha, o Nito que dá nome à casa, o espaço rapidamente se tornou ponto de encontro da boemia da capital. Desde 2011, é administrado por Fernando Waschburger, que manteve a proposta do bar  e o próprio Nito, agora como músico. Durante a pandemia, o bar operou com lives. Agora, retornou mais diverso, com novos grupos musicais e espaço para peças de teatro. Para comemorar seus 30 anos, a casa recebe a partir de amanhã a exposição fotográfica Ô, Sorte! – Retratos da MPB, com retratos da cena musical clicados pelo fotógrafo Daniel Marenco. O Bar do Nito fica na avenida Coronel Lucas de Oliveira, 103. 

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