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Com necrotério ampliado e nova cepa na Capital, pandemia ganha ares de tragédia

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Com necrotério ampliado e nova cepa na Capital, pandemia ganha ares de tragédia

As cenas vistas na Itália em março do ano passado parecem estar prestes a serem reprisadas em Porto Alegre. Em um quadro cuja gravidade é sem precedentes, a Capital entra num novo momento da pandemia hoje, quando um contêiner para alojar corpos de vítimas de Covid-19 será instalado no Hospital Moinhos de Vento, a maior instituição privada de saúde da cidade. Aliás, é um expediente que pode se repetir pelo Estado.

Se até pouco tempo eram avisos e alertas, agora as consequências se agravaram. Nessa terça, o Rio Grande do Sul bateu o recorde no registro de mortos por Covid-19 em um dia – foram 185 vítimas adicionadas à uma lista que já passa de 12,5 mil. Também ontem, pela primeira vez, o Estado operou com capacidade acima dos 100% do setor de tratamento intensivo – espaço que mais uma vez será ampliado, com a autorização de abertura de 149 novos leitos pelo Ministério da Saúde, ontem à noite. Nas últimas três semanas, ao menos oito pessoas morreram no RS aguardando transferência para a UTI.

A rotina de hospitais lotados deve se tornar ainda mais comum ao longo dos próximos dias. A Secretaria Estadual de Saúde determinou que hospitais de todo o RS ampliem leitos clínicos, suspendam cirurgias eletivas e operem com capacidade acima de 100% para tentar dar conta da demanda causada pelo coronavírus. A meta é chegar a cerca de 11 mil leitos – hoje são 6,4 mil.

São medidas que, somadas às restrições impostas, mas nem sempre cumpridas da bandeira preta, visam contornar a catástrofe. No entanto, um novo inimigo já está no ar. Um alerta epidemiológico em conjunto entre as secretarias estadual e municipal de Porto Alegre o Hospital de Clínicas dá conta da transmissão comunitária na Capital da variante P.1 do coronavírus, que é mais transmissível. Até ontem, foram identificados 21 casos de pessoas residentes na Capital com a nova variante.


O que mais você precisa saber

Governo tenta antecipar a vacinação de professores no RS  – Com as aulas presenciais suspensas no Rio Grande do Sul por conta de uma decisão judicial, o governo do Estado e o poder Legislativo decidiram tentar antecipar a vacinação de professores e funcionários da rede estadual de educação. Apesar da categoria ser considerada um grupo prioritário, o governo federal não deu um prazo para disponibilizar doses suficientes para atender este público. A imunização no Estado poderá seguir adiante com a chegada de mais 174,8 mil frascos da Coronavac, o que amplia para 1,1 milhão o número de vacinas enviadas para o território gaúcho. E se os professores ainda não têm previsão para serem vacinados, mais idosos terão a chance de receber a vacina. Outras duas faixas etárias entraram no radar do sistema de saúde, que atenderá pessoas com 80 anos nesta quarta e quinta-feira, enquanto os que têm 79 anos serão imunizados na sexta e no sábado. Os pontos de vacinação foram ampliados, em Porto Alegre. 

Comércio faz mais demandas por alívio durante a bandeira preta no RS –  Preocupados com as possíveis perdas durante a vigência da bandeira preta no Rio Grande do Sul, comerciantes buscaram junto ao Governo do Estado medidas que possam aliviar a categoria. A Associação Gaúcha para o Desenvolvimento do Varejo pede que as lojas abram para receber pagamentos. Outra reivindicação é de que os supermercados não vendam itens não essenciais, como os de bazar, por exemplo. Segundo os lojistas do setor, seria uma concorrência injusta com os estabelecimentos dedicados a esses itens, que estão fechados. Na Assembleia Legislativa, também já há movimento para ajudar o comércio. A bancada do Novo sugeriu ao Piratini que as empresas fechadas na regiões em bandeira preta tenham condições de adiar o pagamento do ICMS. A medida já foi adotada em 2020 e beneficiou contribuintes vinculados ao Simples Nacional. As saídas buscadas por donos de empresas servem para evitar o encerramento de negócios. Donos de salões de beleza perderam muito desde o começo da pandemia, que tem entre seus mandamentos o distanciamento social. O setor estima que de cinco estabelecimentos, um fechou as portas. Outro problema para as estéticas são os clientes que não voltaram mais por conta do medo de contaminação com a Covid-19. 

Professores da UFPel são alvo da CGU após críticas a Bolsonaro – A Corregedoria-Geral da União abriu processos administrativos contra os professores Eraldo dos Santos Pinheiro e Pedro Hallal, da UFPel. O argumento que embasou o termo de ajustamento de conduta foi ter proferido “manifestação desrespeitosa e de desapreço direcionada ao presidente da República”, enquanto no exercício de seus cargos públicos. As supostas ofensas foram ditas na nomeação da nova reitoria da universidade, em 7 de janeiro passado. Ex-reitor da UFPel, Hallal já foi criticado publicamente pelo presidente Jair Bolsonaro no Twitter.

Outros links:


Cultura

“Mais que Especiais” é lição de humanismo e empatia

Foto: California Filmes/Divulgação

O filme Mais que Especiais (2019), de Olivier Nakache e Éric Toledano, conta a história real de associações sem fins lucrativos que cuidam de crianças e adolescentes autistas e sem recursos na França. O longa mergulha no trabalho dos franceses Stéphane Benhamou e Daoud Tatou, criadores respectivamente das entidades Le Silence des Justes e da Le Relais IDF. Leia a resenha de Roger Lerina.

Agenda 
Às 19h, o projeto Os Livros de Nossa Vida recebe Tânia Carvalho e Fernando Lucchese para uma conversa com o professor Sergius Gonzaga.

O ilustrador Roger Mello participa, às 19h30, do bate-papo online Imagem Narrativa, que será transmitido ao vivo pelas redes sociais do Instituto de Leitura Quindim e pelo canal da Universidade de Caxias do Sul (UCS).

Fundação Iberê lança hoje o documentário Mestres em Obra, da cineasta Marta Biavaschi, no YouTube. Às 20h, o arquiteto Lucas Volpatto e a coordenadora do programa educativo da instituição, Ilana Machado, conversam sobre a temática do filme, que registra diferentes etapas da construção da fundação e de conversas com o arquiteto Álvaro Siza.
E mais.

Veja a agenda completa


Você viu?

Porto Alegre é uma das poucas capitais do Brasil a não ter serviços especializados para a saúde de pessoas LGBTI+ e daquelas que vivem com HIV/Aids. Pensando nisso, a ONG Somos criou um serviço de acolhimento em saúde mental e jurídico para este público. Pessoas que passaram pelo sistema prisional ou que cumprem penas alternativas também estão no escopo da iniciativa. Não há cobranças pelo serviço e os atendimentos presenciais ocorrerão nas terças e sextas-feiras no Centro Histórico da Capital.

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