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Corsan é vendida em leilão sem disputa

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Corsan é vendida em leilão sem disputa

O Rio Grande do Sul não contará mais com uma companhia pública de água e saneamento. Ontem, a gestão de Ranolfo Vieira Júnior (PSDB) realizou o leilão de privatização da estatal, por 4,151 bilhões de reais. O consórcio liderado pela Aegea apresentou a única proposta do certame, com ágio de 1,15%. Conforme o jornal O Globo, mantendo o atual patamar de lucro líquido da Corsan, a Aegea conseguiria recuperar o valor pago pela estatal em menos de oito anos, um prazo considerado curto no mercado, ainda que deva investir algo em torno de 12 bilhões de reais em 10 anos.  

A nova dona da Corsan foi fundada em 2010 e é a maior empresa privada do setor. Hoje, já opera uma parceria público-privada em nove municípios da Região Metropolitana de Porto Alegre e por isso, antes do processo, era apontada pelo Sindiágua como a vencedora do leilão. Além das localidades gaúchas, a Aegea está presente em outras 146 cidades de 13 estados do Brasil

Enquanto o governador reeleito Eduardo Leite (PSDB) festejou o resultado, prevendo mais investimentos e saúde à população até 2033 – prazo para a universalização do saneamento básico –, o presidente do Sindiágua, Arilson Wünsch, indicou que o sindicato deve seguir o caminho jurídico para tentar barrar a assinatura do contrato, pendente por conta de decisão do Tribunal de Contas do Estado. 

Com 5,7 mil funcionários, a Corsan atende cerca de 6 milhões de pessoas em 317 municípios gaúchos. Desses, 96,7% têm água potável, mas somente 16,3% contam com esgoto tratado.


O que mais você precisa saber

Em mutirão, Assembleia reajusta mínimo acima do proposto e autoriza aumento para legislativo e executivo – Com uma fila enorme de votações, a Assembleia Legislativa aprovou ontem 45 projetos que estavam na pauta (um foi prejudicado e outro apensado) ao longo de sessões que se estenderam por 12 horas. Dentre eles, passou o reajuste de 10,6% no salário mínimo regional – um índice maior do que os 7,7% propostos pelo Executivo, mas inferior aos 15,58% pleiteados por centrais sindicais. A alteração foi feita a partir de acordo entre base e oposição – ao fim, a proposta foi aprovada por 48 votos favoráveis e três contrários. Dessa forma, os salários vão oscilar entre 1.443,94 e 1.829,87 reais. À noite, seguindo o mutirão, os deputados aprovaram, entre outras matérias, a reestruturação do Poder Executivo, com reajustes a FGs e CCs, além de também autorizar aumentos nos salários de governador (de 25,3 para 35,4 mil reais), vice e secretários (ambos de 20,1 mil para 29,6 mil reais) e dos deputados da próxima legislatura, cujos subsídios estarão fixados a 75% dos subsídios dados a membros do Congresso Nacional. Com a pauta limpa, os parlamentares devem seguir para o recesso. 

Câmara deve votar – e aprovar – aumento de salário do próximo prefeito – Já em nível municipal, a Câmara deve votar hoje, em sua última sessão no ano, o projeto que prevê reajuste salarial a prefeito, vice e secretários a partir de 2025 – portanto, sem impacto na atual gestão. No caso do chefe do Executivo, o subsídio passaria dos atuais 21,4 mil para 36,4 mil reais. Vice e secretários teriam seus vencimentos aumentados de 12,9 mil para 19,5 mil reais. O vereador Aldacir Oliboni (PT) propôs uma emenda condicionando os aumentos aos índices inflacionários. Ele vê a iniciativa como um “desrespeito à sociedade”. O presidente da Câmara, Idenir Cecchim (MDB), prevê que o texto será aprovado e defendeu o projeto. Para ele, quem administra um orçamento de quase 11 bilhões de reais “não pode receber somente 20 mil reais por mês”. Quanto ao salário dos secretários, o vereador vê a possibilidade de aumentar a busca por quadros qualificados. Outra proposta que tramita na Casa, a que estabelece o fim da licença-prêmio, deve ficar para 2023.

Kaingangs do Morro Santana têm nova derrota na Justiça – O Tribunal Regional da 4ª Região negou os recursos do Ministério Público Federal e da comunidade Gãh Ré para impedir a reintegração de posse da área. A desembargadora Marga Inge Barth Tessler manteve o mesmo entendimento da Justiça Federal alegando se tratar de uma propriedade privada e que a “invasão” dos indígenas não tem “qualquer respaldo além da invocação de ancestralidade”. Os advogados que assessoram a comunidade estudam apelar ao Supremo Tribunal Federal. Ocupado por indígenas kainkang e xokleng desde outubro, o terreno deveria estar em posse da União, para saldar dívidas de 183,7 milhões de reais jamais pagas pela família Maisonnave, proprietária da área. A empresa planeja construir no local um loteamento, já aprovado pela prefeitura, com 11 torres. Leia mais na reportagem exclusiva do Matinal.

Outros links:


Especialistas debatem os efeitos dos arranha-céus como alternativa de adensamento urbano

Na última reportagem da seção Forma & Função, parceria entre o Matinal e o Conselho de Arquitetura e Urbanismo do Rio Grande do Sul (CAU-RS), Luís Felipe dos Santos aborda questões relacionadas à construção de espigões nas cidades. Especialistas defendem que novos prédios sem limite de altura, demandados por construtoras, precisam considerar o tecido urbano e a redução do fluxo de automóveis.

Quanto mais alto é um prédio, mais gente cabe nele? Não necessariamente. A liberação dos índices construtivos e das alturas de edificações são demandas de incorporadoras e construtoras para aumentar a oferta. A pauta também é defendida por gestores públicos para diminuir o déficit habitacional. Mas nem sempre a construção de arranha-céus é a solução para ampliar a densidade urbana. Por outro lado, há quem defenda que é possível que os espigões conversem com o ambiente.

Leia a reportagem completa aqui.


Cultura

Woody Harrelson vive noite de cão em “Perdido em Londres”

Foto: Synapse Distribution

Em uma noite caótica baseada em fatos reais, Perdido em Londres (2017) acompanha a odisseia de Woody Harrelson – que interpreta a si mesmo no filme – para chegar em casa em uma noite cheia de peripécias: assédio de paparazzi, uma balada com membros da realeza iraniana, reencontros atribulados com amigos, perseguição policial e cadeia, uma ida ao set de Harry Potter e a sabedoria de um Dalai Lama texano. Leia a resenha de Roger Lerina.

Agenda (🔒)

A fotógrafa Angela Cristina Ribeiro dos Santos exibe a exposiçãoO Mundo da Nega Angela, na Galeria Arte Restinga, com curadoria de Fernando Schmitt, a partir das 18h.

Theatro São Pedro também apresenta o musical Uma Noite Celta, do Grupo Avalon, às 20h, com participações especiais da Cadica Companhia de Dança e de Hique Gomez.

Às 20h, o Sgt. Pepper’s recebe os melhores momentos de 2022 do Cordas & Cordas, reunindo diversos grupos e apresentações solo.

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Você viu?

A UFRGS está presente no levantamento anual realizado pela Universidade de Stanford nos Estados Unidos e publicado pela editora Elsevier com os 100 mil cientistas mais influentes do mundo em 2021. A universidade gaúcha conta com 46 cientistas na lista, sendo a maioria deles das áreas de saúde e exatas. Na reportagem do Jornal da Universidade, cientistas questionam os métodos utilizados para a seleção porque, embora o ranking sirva como uma maneira de prestigiar os acadêmicos, a métrica é baseada no número de citações que os cientistas têm na base de dados da Scopus (incluindo autocitações). Para os pesquisadores, a lista acaba por beneficiar certos cientistas, pois a amostra é pequena e apresentas vieses como de país de origem e idiomas de publicação.

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