Instaladas na Câmara duas CPIs sobre a Smed
CPI terá como presidente a vereadora Mari Pimentel (NOVO), vice-presidente a vereadora Cláudia Araújo (PSD), e relator o vereador Roberto Robaina (PSOL). Foto: Fernando Antunes/CMPA
De forma inédita, duas Comissões Parlamentares de Inquérito (CPI) foram instaladas ontem na Câmara Municipal de Porto Alegre. Ambas têm o mesmo objeto de investigação: irregularidades na Secretaria Municipal da Educação (Smed). A CPI da “oposição” será presidida pela vereadora Mari Pimentel (Novo) e terá Roberto Robaina (PSOL) na relatoria: “Nós começamos com o governo não admitindo que havia um problema. Depois, mudaram para um problema de logística, depois para problema de gestão. Até agora não tivemos acesso a todas as informações. Nem nós, nem a imprensa. E muitas vezes a gente sabe que o Ministério Público solicitou materiais e ainda não recebeu”, afirmou. Já a CPI “governista” terá Idenir Cecchim (MDB) na presidência e Mauro Pinheiro (PL) de relator. “O governo não precisa esconder nada”, disse Cecchim, que estimou que 80% das denúncias recentes na pasta – iniciadas com uma reportagem da Matinal e aprofundadas pelo Grupo RBS – já teriam sido resolvidas. Ainda assim, prometeu “buscar responsáveis”. As comissões devem durar 120 dias, prorrogáveis por mais 60 dias.
Quase 3 mil indígenas moram na Capital – Porto Alegre tem 2.954 indígenas, sendo a segunda cidade do Estado com mais representantes desta população, atrás apenas de Redentora, onde vivem 4.192 indígenas. Os dados foram coletados pelo IBGE de forma inédita e divulgados ontem. O grupo representa apenas 0,22% dos residentes da Capital. No RS, 36.096 se declararam indígenas, cerca de um terço concentrados em cinco cidades, mas com representantes na maioria dos municípios do RS. Em nível nacional, o Censo contabilizou 1.693.535 pessoas que se dizem indígenas, 0,83% da população brasileira, um aumento na comparação com os dados de 2010 – expansão atribuída ao “pertencimento” na opinião da ministra dos Povos Indígenas, Sonia Guajajara. Amazonas, Bahia, Mato Grosso do Sul, Pernambuco e Roraima são os estados com maior contingente desta população no país.
IPA vai fechar seu Ensino Superior – Na última sexta, coordenadores e funcionários do Centro Universitário Metodista IPA foram comunicados da decisão, que partiu da Rede Metodista, de São Paulo. Conforme apurou o Extra Classe junto a professores, o segundo semestre deste ano será o último e somente para alunos em conclusão de curso. Os demais serão orientados a buscar transferência para instituições como PUCRS e Ulbra. Em seu site oficial, o IPA informava o cancelamento das aulas de ontem e confirmava apenas reuniões com estudantes. Alunos reclamaram que foram pegos de surpresa. Em reunião no Sinpro/RS, a mantenedora evitou a expressão “encerramento”. O diretor do sindicato, Marcos Fuhr, vê as medidas adotadas como uma estratégia para descaracterizar o encerramento da instituição, evitando pagar a rescisão aos professores. Em março, parte do terreno onde fica o IPA foi vendido em leilão, no escopo da recuperação judicial da Rede Metodista.
Reportagem Matinal
Homem é denunciado por estupro de vulnerável em Porto Alegre
Ao contrário das amigas, Camila* passou a adolescência evitando decotes e roupas muito curtas. Sofreu um transtorno alimentar. Teve apenas um namorado em toda a vida. Não deixa que nenhum homem pegue no colo a filha, que hoje tem três anos.
Hoje com 38 anos, ela relaciona esses fatos ao abuso sexual que sofreu quando tinha nove anos, na casa da praia da família. Passadas quase três décadas, ela enfim se sentiu pronta para denunciar Alberto Otavio Deluchi à polícia. Procurou a Delegacia da Mulher de Porto Alegre em 3 de fevereiro de 2023.
Para a Justiça, era tarde demais: os crimes haviam prescrito.
Depois de sofrer anos calada e com medo, ela descobriu que pelo menos outras duas amigas das filhas do acusado teriam passado por situações semelhantes. O trio se juntou e procurou a polícia no início do ano. Em julho, o Ministério Público formalizou a denúncia contra ele com base em outros relatos.
Porque, ao contrário do que as amigas pensaram durante todos esses anos, Alberto não parou.
Outros links:
- A Prefeitura informou que notificará a GAM3 Parks, responsável pelo Parque Harmonia, após queixas de volume alto em show no domingo. Moradores de Menino Deus e Praia de Belas, a mais de 2 quilômetros, reclamaram do barulho.
- Porto Alegre terá mais voos diretos para destinos procurados no sul do país – conexões sem escalas serão oferecidas pela Azul para os aeroportos de Navegantes, Curitiba e Florianópolis.
- Ainda que tenha seu nome defendido para compor uma chapa para as eleições do ano que vem, o ex-governador e prefeito Olívio Dutra (PT) descartou concorrer em 2024.
- A Assembleia Legislativa deve votar em segundo turno hoje a PEC dos Símbolos. No mês passado, o texto foi aprovado por 38 votos a 13.
- Policiais Civis do RS realizam paralisação de 48 horas a partir de hoje. A categoria reivindica reposição das perdas inflacionárias e o descongelamento de promoções.
- Apenas 14 dentre 482 municípios gaúchos possuem algum envolvimento na prevenção e combate à violência, indicou um relatório do TCE.
- O valor médio da gasolina nos postos do RS recuou 11 centavos na semana passada – uma queda de 5% em quase um mês – segundo a ANP.
- É terça-feira, mas Juremir segue hipnotizado pela voz e a apresentação de Maria Bethânia, para quem dedica a primeira e a última parte de sua coluna especial de hoje.
Betina Câmara: transmutar o ranço em riso
A edição de agosto da Parêntese pergunta: Tá rindo do quê? O especial traz diversos conteúdos para discutir o humor, seus limites, seus efeitos na nossa vida e sua mutações ao longo dos anos. Faz parte da edição uma entrevista feita pela editora Nathallia Protazio com Betina Câmara, comediante que nos abre sua visão de mundo e mostra todo trabalho envolvido para fazer carreira com piada.
Hoje em dia eu sou comediante e só. Eu consegui há bem pouco tempo a alegria de viver só de comédia. Vivo bem, vivo rica, com todas as contas pagas em dia? Não. Dizer isso já é muito forte. Mas vivo. Eu consigo ter tardes livres pra escrever. Chega de escrever piadas no T7, gente. Tu enjoa, porque já tá numa idade, né. Aí, tem que ficar guardando piada na cabeça, umas cinco, seis paradas até descer. Senta no ponto e escreve no bloco de notas do celular. Chega. Hoje em dia eu não tô rica, mas tenho um pouco mais de dignidade.
Leia a entrevista completa aqui.
Cultura
“Depois de Ser Cinza” vai de Porto Alegre à Croácia em busca do amor
Estreia no longa-metragem de ficção do diretor Eduardo Wannmacher, o drama Depois de Ser Cinza (2020) é narrado a partir das experiências de três mulheres que se envolveram com um mesmo homem. Transitando entre o Brasil e a Croácia, o filme faz um retrato dos relacionamentos contemporâneos em um mundo em que as fronteiras estão cada vez mais borradas. Leia a resenha de Roger Lerina.
Agenda
A Biblioteca Pública do RS apresenta o documentárioGumersindo Saraiva – A Última Batalha, dirigido por Ricardo Ritzel, às 19h.
Às 20h30, no Bar Ocidente, com o tema “Chegadas e Partidas”, o Sarau Elétrico tem canja da cantora Deborah.
Às 21h, no La Faísca Café, o Seminário Narrativas Contemporâneas da Associação Psicanalítica de Porto Alegre e do Instituto APPOA debate o livro Os Sete Loucos, de Robert Arlt, com participação dos psicanalistas Lucia Serrano Pereira, Luciano Mattuela e Osvaldo Arribas.
O acordeonista Alejandro Brittes – relembre a entrevista – se prepara para realizar uma extensa turnê pelos Estados Unidos, acompanhado pelos músicos André Ely, Carlos Eduardo de Césaro e Charlise Bandeira, formando o Alejandro Brittes Quartet.
Você viu?
A Fifa estima que 2 bilhões de espectadores devem acompanhar a Copa do Mundo Feminina de 2023 – um marco na história da modalidade, que chegou a ser proibida entre 1941 e 1979 no Brasil. O que não impedia que Duda Luizelli, ex-jogadora do Inter e da Seleção Brasileira, ensaiasse seus primeiros chutes nos corredores do prédio onde vivia, no Menino Deus. “Nem se compara ao que era antigamente. Hoje, as meninas são profissionais. Sempre lutamos por isso que está acontecendo: grandes clubes de futebol feminino, patrocínios e estádios lotados”, disse, em entrevista à coluna Geração Empreendedora, do Jornal do Comércio. Ela tem, hoje, uma escola com cerca de 150 alunas e alunos, em que oferece aulas particulares de futebol para jovens de todas as idades. “Hoje, vemos as meninas pequenas, com seis, oito anos, querendo jogar bola. O mais legal de tudo é saber que, agora, elas têm onde praticar o esporte.”
