Reportagem

Após décadas caladas, vítimas denunciam homem por estupro em Porto Alegre

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Após décadas caladas, vítimas denunciam homem por estupro em Porto Alegre Mulheres se reuniram no início deste ano para procurar a polícia | Foto: Isabelle Rieger

Parte dos casos teria ocorrido nos anos 1990, contra amigas das filhas do denunciado, que também é acusado de crimes mais recentes

[ALERTA DE GATILHO: o texto a seguir contém forte conteúdo de violência sexual]

Ao contrário das amigas, Camila* passou a adolescência evitando decotes e roupas muito curtas. Sofreu um transtorno alimentar. Teve apenas um namorado em toda a vida. Não deixa que nenhum homem pegue no colo a filha, que hoje tem três anos.

Hoje com 38 anos, ela relaciona esses fatos ao abuso sexual que sofreu quando tinha nove anos, na casa da praia da família. Passadas quase três décadas, ela enfim se sentiu pronta para denunciar Alberto Otavio Deluchi à polícia. Procurou a Delegacia da Mulher de Porto Alegre em 3 de fevereiro de 2023.

Para a Justiça, era tarde demais: os crimes haviam prescrito. 

Mas o trauma permanece. Camila não esquece do pavor das noites em que dormia no mesmo quarto que as filhas de Alberto. Ela ainda recorda como, na penumbra, ele tocava seu corpo, encolhido na tentativa de manter as pernas fechadas, e colocava as mãos da menina sobre seu pênis. Camila levou dois anos para contar aos pais o que havia acontecido. Sentia que algo estava errado, mas não entendia exatamente o que estava acontecendo. Além disso, tinha medo de não acreditarem nela.

Amigas passaram anos sem dividir traumas entre si | Foto: Isabelle Rieger

O gatilho foi a mãe comentar sobre um caso semelhante – e, na sequência, confidenciar que Alberto também havia tocado em seu corpo sem consentimento. Assim como a filha, ela não havia contado nada até então por achar que seria acusada de mentir.

Na época em que souberam dos abusos contra Camila, seus pais romperam com Alberto e com o restante da família. A esposa de Alberto, Arlete Sommer Deluchi, justificou que o marido bebia e era tomado por “espíritos do mal” – ele trabalhou por anos em um centro espírita, localizado a poucos minutos da sua casa, conforme contou à polícia, a quem disse que “tudo não passou de um mal-entendido”.

“Eu me lembro de detalhes, minha posição, a roupa, tudo. Mas coloquei isso numa gaveta por anos”, conta Camila.

Ela não foi a única a sofrer calada por um abuso ocorrido na infância. Em janeiro deste ano, Camila confirmou boatos que já tinha ouvido sobre pelo menos outras duas amigas das filhas de Alberto que relatam ter passado por situações semelhantes, também na década de 90. A ideia de ir até a polícia começou a ganhar força.

“Enquanto eu deixei quieto, estava protegendo apenas a mim e a minha filha. A briga agora não é mais só minha. Esse cara não parou – e não vai parar”, diz.

O mesmo script

Assim como Camila, Francine* guardou por anos o segredo de ter sido estuprada por Alberto, pai de uma das suas melhores amigas, com quem convivia desde a pré-escola. Foi na casa da família no bairro Passo D’Areia, onde ele vive até hoje com a esposa, que o crime ocorreu, segundo seu relato à polícia. “Acordei com ele montado em cima de mim, com as minhas mãos envolvendo seu pênis”, contou também à Matinal.

Era 1996, Francine tinha 12 anos e, logo no dia seguinte ao crime, contou à mãe, que foi tirar satisfação com a esposa de Alberto. Arlete, então, repetiu a justificativa dada à família três anos antes no caso de Camila: Alberto bebia e era tomado por um espírito obsessor. “Ela manipulou minha mãe, disse que foi um caso pontual e que cuidaria para que nunca mais acontecesse”, contou à reportagem.

Cerca de um mês depois do estupro, por insistência da amiga, Francine aceitou encontrá-la e contou o que havia acontecido. A filha de Alberto teria dito a ela que não se surpreendia, pois sabia de outros casos. Em seguida, Arlete também procurou a vítima na escola para agradecê-la por não tomar nenhuma providência e perdoar Alberto. “Fui envolvida por ela e voltei a frequentar a casa deles, sempre desconfortável na presença dele (Alberto). E perdoei, acreditei que aquilo não ia mais acontecer”.

Conversa entre amigas | Reprodução

Até que Francine foi a uma festa de final de ano, em dezembro de 2021, na casa dos Deluchi com uma turma de amigos das filhas do casal. Todos iriam levar seus filhos, mas ela inventou uma desculpa para não ir com sua menina, então com cinco anos. Uma cena em especial lhe devolveu o medo que sentiu pela primeira vez três décadas antes. “Foi quando eu vi toda aquela criançada, e a Arlete e o Alberto, ele sem camisa e com um copo de cerveja”, conta, lembrando que a bebida tinha sido uma das justificativas dadas por Arlete para o abuso cometido pelo marido.

Ainda foi preciso mais de um ano para Francine tomar coragem e, “por intuição”, procurar a amiga Patrícia* para, enfim, contar seu segredo. Seu palpite se confirmou: ela também tinha sido abusada por Alberto na infância, a terceira vítima conhecida do círculo de amigas. 

“Se ninguém parou esse monstro, nós vamos parar”

A família de Patrícia era próxima dos Deluchi. Faziam parte de uma turma de casais que passavam o veraneio em Cidreira. A menina percebia uma certa malícia no comportamento de Alberto em brincadeiras como o pega-pega, conforme contou à polícia. Quando as meninas tomavam banho na casa da família, era sempre ele quem as banhava, nunca Arlete. Patrícia pedia para tomar banho sozinha e, apesar do desconforto, não contava para seus pais por medo de ser proibida de brincar com as filhas de Alberto.

Uma certa noite, aos seus 12 anos, enquanto Alberto a levava para casa depois de terem ido a um show com a família dele, Patrícia foi abusada por ele na rua, segundo relatou à polícia. No caminho, em um trecho escuro da via, ele pôs o pênis para fora da calça e colocou uma das mãos de Patrícia sobre a genitália. Assim que chegou em casa, ela contou aos pais, que confrontaram os Deluchi, antes de romper a amizade. Mais uma vez, Arlete desculpou-se pelo marido, dizendo que ele recebia uma entidade do mal.

O abuso teve impacto na maneira como Patrícia cria seus filhos, um de nove e outro de 13. “Para mim não é normal ir dormir na casa de um coleguinha. Se dizem que o pai é amigo, complica mais ainda porque ele (Alberto) era um amigo, né? Era um amigão do meu pai. Estavam juntos todo final de semana”, diz Patrícia, que só recentemente deixou o primogênito dormir na casa de amigos. “Ele vai, mas eu fico apreensiva.” Ela nunca contou aos meninos o que sofreu, mas conversa com eles sobre situações de risco.

Patrícia evita julgar os pais e as mães das vítimas que não denunciaram os casos na época. “Trinta anos atrás não se tinha a força de hoje para fazer uma denúncia, era diferente. Não que hoje seja fácil”, diz, e completa: “Confesso que fui a primeira a recuar. Ver polícia, envolver uma série de coisas… não queria me incomodar. E, bem ou mal, eu ainda via a filha dele (Alberto)“, diz Patrícia, hoje com 41 anos. Ao conversar com as amigas e se dar conta de que outras crianças poderiam estar correndo risco, decidiu ir adiante. “Se ninguém parou esse monstro, nós vamos parar.”

As três amigas de infância viraram testemunhas no processo | Foto: Isabelle Rieger

No final de janeiro deste ano, por sugestão de Patrícia, Francine também procurou Camila porque sabiam que ela havia rompido com a família Deluchi muitos anos atrás, embora desconhecessem o motivo. Foi então que descobriram que havia pelo menos três vítimas de um mesmo abusador.

Poucos dias depois, as amigas se reuniram com a turma próxima da filha mais velha de Alberto e Arlete e contaram tudo o que haviam passado. “Foi o cenário do horror. Todo mundo gritando, chorando. Uma das meninas foi ao banheiro vomitar”, lembra Francine. 

Os casos de Camila, Francine e Patrícia, ocorridos na década de 90, prescreveram. Mas depois de seus relatos à polícia, as três viraram testemunhas na denúncia feita pelo Ministério Público.

Porque Alberto não parou.

Um crime dentro do hospital

Em 2017, quando Claudia* tratava um câncer no estômago, soube de uma amiga que havia comentando sobre os supostos benefícios de um atendimento espiritual com Alberto e sessões de reiki com Arlete. Alberto era amigo de seu então marido, e era considerado, assim como a esposa, uma pessoa de confiança.

Assim, Claudia e o companheiro foram à residência do casal Deluchi para receberem os atendimentos. No momento em que Arlete conduziu o marido de Claudia para um quarto, Alberto se aproximou dela e a levou para trás da porta da cozinha, emitindo sons como se tivesse incorporado um espírito, segundo relatou à Matinal e à polícia. “Ele começou a passar a mão em mim. Ele é um homem muito grande, gordo e alto, e tentava apertar aquela barriga em mim na tentativa de eu sentir o pênis dele, sabe? Eu comecei a ficar dura, rígida. Então eles (Arlete e o marido de Claudia) saíram do quarto. Aí ele parou na hora, o espírito foi embora imediatamente (conta, de forma irônica)“.

Em nome da amizade e na esperança de que não fosse acontecer de novo, Claudia e o marido voltariam à casa dos Deluchi. Mas, segundo ela, novamente foi abusada por Alberto, em uma situação muito semelhante. A partir daí, romperam o vínculo com o casal.

Relatos de Claudia* embasam denúncia feita pelo MP | Foto: Isabelle Rieger

Alguns meses depois, Claudia foi internada na UTI do Hospital Mãe de Deus. Estava deitada na cama, nua, com o abdômen aberto, usava fraldas e estava parcialmente coberta por um lençol. Alberto surgiu no quarto dizendo que “havia sentido um chamado no coração” e pediu para dar um novo passe em Claudia, que estava acompanhada da mãe. Ela permitiu, e ambas fecharam os olhos, conforme ele pediu.

Não demorou muito para Alberto colocar suas mãos sob o lençol e, segundo o relato de Claudia, tocar em sua vagina. Ela conta que abriu os olhos, assustada, se movimentou, e ele foi embora. 

Claudia ficaria ainda um ano na UTI e mais outro ano hospitalizada. Nunca mais teve contato com Alberto. O episódio do hospital foi relatado à Camila, que, por acaso, era sua vizinha. As quatro vítimas se uniram no início deste ano e decidiram procurar a polícia. Seus depoimentos embasaram o inquérito policial encaminhado ao Ministério Público.

“Brincadeira de mau gosto”

Alberto, hoje com 70 anos, e Arlete, 64, foram denunciados pelo Ministério Público em julho deste ano. Ele por estupro de vulnerável e violência sexual mediante fraude nos casos de Claudia, e Arlete como cúmplice. Na denúncia, o promotor José Nilton Costa de Souza destacou o fato de Alberto ter se valido “de sua condição de líder religioso”. Ele ainda responde por importunação sexual contra outra vítima, também amiga das filhas do casal, em um episódio ocorrido em 2015, quando ela tinha 30 anos e Alberto deu um tapa em sua bunda.

De acordo com o promotor, Arlete não só acobertou alguns casos, mas permitiu que os crimes ocorressem. A acusação afirma ainda que, no caso de 2015, Arlete tentou convencer a vítima de que o comportamento do marido não passava de uma “brincadeira de mau gosto”.

Na noite de 3 de agosto, Matinal ligou para Alberto, que não quis comentar o caso. Questionado sobre as denúncias de violência sexual contra si, disse: “Não quero conversar, não sei de nada disso, não. Tu nem podia tá falando comigo disso aí. Não posso falar nada disso. Obrigado, boa noite, abraço”, encerrando a ligação. 

No seu depoimento à polícia em 6 de abril, afirmou não lembrar de ter abusado das amigas das filhas e negou as acusações. Quanto ao caso de Claudia, confirmou ter ido ao hospital, mas disse que não encostou nela. Arlete não retornou às tentativas de contato da reportagem por telefone e WhatsApp.

Alberto chegou a ter a prisão preventiva solicitada pelo promotor, com base no argumento de que uma pessoa “com comportamento pedófilo não se satisfaz com apenas uma única vítima”, o que representa risco a crianças próximas. O acusado é avô de uma menina de três anos, situação que também motivou as vítimas a registrarem ocorrência.

A prisão, no entanto, foi negada pelo juiz Sidinei José Brzuska, que citou que os fatos mais recentes teriam ocorrido há mais de seis anos. O processo segue tramitando, sem notícia de sentença até o fechamento desta reportagem.

O que dizem o centro espírita e a Uber

A reportagem visitou a Sociedade Espírita João Cardoso de Mello, onde Alberto trabalhou por muitos anos, e falou com a pessoa apontada como responsável e que atua há 14 anos no local. Ela afirmou não ter conhecimento de situações de abuso no centro e que Alberto saiu de lá há cerca de oito anos por discordar das regras de funcionamento da casa.

Alberto também trabalhou como motorista da Uber, mas foi banido em 2017, segundo a empresa confirmou à reportagem. No entanto, a Uber não informou o motivo por causa da Lei Geral de Proteção de Dados Pessoais. Assédio sexual, assédio moral e porte de armas durante viagens estão entre as razões que levam ao afastamento de motoristas.

“Só agora”

Maioria dos estupros no Brasil são cometidos por conhecidos | Foto: Isabelle Rieger

Pela legislação brasileira atual, o estupro de vulnerável prescreve 20 anos depois que a vítima completa 18 anos ou 20 anos depois da denúncia. Mas nos anos 90, época dos crimes contra Camila, Francine e Patrícia, a lei vigente determinava que o prazo contava a partir do fato. Ainda que fosse aplicada a lei atual, Alberto não poderia mais ser punido pelos fatos denunciados pelas três amigas de infância.

A mudança é de 2012. Em 2020, foi protocolado, na Câmara Federal, um novo projeto de lei que quer tornar imprescritível o estupro de vulnerável, justamente porque é comum as vítimas levarem muitos anos para denunciar seus abusadores.

Com frequência, as três amigas citadas nesta reportagem são questionadas sobre o tempo que levaram para registrar o caso na delegacia, em tom de desconfiança. “É uma coisa muito grave. Ninguém vai procurar a justiça para inventar que ele fez isso”, disse Patrícia à Matinal.

Na defesa apresentada ao juiz, os advogados de Alberto inclusive enfatizam o fato de as vítimas terem demorado para procurar a polícia. O texto diz que Alberto é investigado “pela prática de supostos crimes sexuais havidos há cerca de 30 anos a partir de – só agora – o oferecimento de notícia criminis (grifos originais)“.

O promotor do caso destaca a dificuldade que é levar adiante uma denúncia mesmo na vida adulta: “Imagine a vergonha dessa senhora (no caso de Claudia) para dizer o que aconteceu, não é fácil.” Ele reforça que a existência de mais relatos auxiliam as vítimas a se sentirem mais confortáveis para também denunciar.

Maioria das vítimas de estupro têm menos de 14

Seja por constrangimento, falta de conhecimento sobre o tema, medo ou vínculo com o agressor, é comum que abusos cometidos na infância não sejam notificados – ou sejam muito tempo depois. Entre as quase 41 mil vítimas de estupro de 0 a 13 anos no Brasil em 2022, apenas 13,9% desconheciam seus abusadores, segundo o Anuário Brasileiro de Segurança Pública.

No total, o Brasil registrou 74.930 estupros, um aumento de 8,2% em relação a 2021, de acordo com o levantamento. Para os autores do estudo, o empoderamento das mulheres, gênero predominante entre as vítimas, ajuda a explicar a alta registrada nos últimos anos. Mas no caso das vítimas menores de 14 anos (ou incapazes de consentir por outro motivo, como deficiência, doença ou embriaguez, como no recente caso ocorrido em Belo Horizonte), o argumento perde força. E é justamente esse o perfil da maioria das vítimas: foram 56.820 estupros de vulnerável em 2022, uma alta de 8,6% na comparação com o ano anterior. Seis a cada 10 vítimas são menores de 14 anos, destaca o Anuário.

Ou três a cada cinco, proporção semelhante aos casos relatados nesta reportagem. Um número que, para Camila, também reflete outro desafio no combate à violência contra a mulher e as crianças, a subnotificação. Segundo estudo do IPEA deste ano, apenas 8,5% dos estupros no Brasil são reportados às polícias, assim a estimativa de casos é de 822 mil por ano. “Gostaria de saber quantas outras vítimas existem. Porque tem, eu tenho certeza que tem mais”.

Denuncie

Disque 180 (Central de Atendimento à Mulher)

Disque 100 (para violações de direitos humanos, como abuso contra crianças e adolescentes)

Disque 181 (para quaisquer denúncias, apenas para o RS)

WhatsApp: 51 98444-0606

Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher em Porto Alegre, aberta 24h e localizada no Palácio da Polícia (Rua Professor Freitas e Castro, 720).

A denúncia pode ser feita em qualquer delegacia.


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