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Segundo turno na Capital caminha para a polarização

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Segundo turno na Capital caminha para a polarização

Com influência nacional, apoios polarizam segundo turno em Porto Alegre

As peças do xadrez do segundo turno seguiram se movendo nessa terça-feira, em direções opostas, polarizando a disputa em Porto Alegre, a partir do espectro nacional.

No campo da esquerda e após momentos de indefinição, o PDT fechou pelo apoio explícito, e não crítico, à candidatura de Manuela D’Ávila (PCdoB). Com o presidenciável Ciro Gomes e o presidente nacional do partido, Carlos Lupi, atuando nos bastidores, pesou para a decisão o alinhamento da chapa de Sebastião Melo (MDB) e Ricardo Gomes (DEM) com bandeiras do bolsonarismo.

Já o emedebista inclina-se mais à direita e recebeu apoio de dois ex-candidatos, João Derly (Republicanos) – que oficializará hoje – e Valter Nagelstein (PSD). O aceno de Nagelstein ocorreu no dia em que ele proferiu comentários em tom preconceituoso contra vereadores eleitos de Porto Alegre, em referência aos parlamentares do PSOL. Nagelstein negou o preconceito, mas sua fala teve respostas, tanto no PSOL – que fez três dos cinco parlamentares mais votados –, quanto também de representantes da comunidade judaica da Capital.

Marchezan fica neutro – O prefeito Nelson Marchezan Júnior (PSDB), que ficou em terceiro lugar no primeiro turno com 20% dos votos optou pela neutralidade. “A população de Porto Alegre decidiu que o segundo turno deveria ser disputado por dois projetos de confronto ao atual modelo de gestão, que orgulhosamente represento”, diz trecho da nota que explica a decisão. O comunicado se compromete com uma “transição transparente, democrática e republicana”. Hoje, porém, a executiva do PSDB se reúne com a nova bancada, que terá quatro vereadores, para definir uma posição sobre o segundo turno.

Fora da disputa, Marchezan tratará da Covid-19, diagnosticada ontem. Os sintomas, conforme o prefeito, iniciaram na madrugada de segunda-feira, horas depois do domingo eleitoral, quando ele passou por diversos locais, em razão do pleito. O prefeito afirmou que ficará em isolamento domiciliar e apelou para que a população cumpra os protocolos sanitários.


O que mais você precisa saber


Gaúchos elegem 54% mais prefeitas do que em 2016 – Não foi só no legislativo da Capital que as mulheres ampliaram sua representatividade, conforme detalhou o Matinal ontem. Neste primeiro turno, os gaúchos elegeram 37 mulheres para o Executivo; outras duas estão no segundo turno. Ainda é pouco em relação aos 497 municípios do Estado, mas um avanço de 54% na comparação com 2016, quando foram eleitas 24 prefeitas. Em todo o Estado, 125 candidatas concorriam ao comando das prefeituras, a maioria delas pelo MDB. Com nove eleitas, o partido é o que mais terá prefeitas no RS a partir de 2021. E por falar em representatividade feminina, duas mulheres trans vão assumir como vereadoras no interior do Estado em 2021, notícia que destacamos na segunda. O G1 conversou com elas a respeito de suas pautas

Sobe média móvel de mortes por Covid-19 no Estado – Com 71 mortes por Covid-19 registradas ontem, o RS chega a 6.314 vidas perdidas para a doença e confirma tendência de crescimento dos óbitos. As mortes aconteceram ao longo das últimas duas semanas, exceto por uma de agosto e quatro de outubro que não haviam sido confirmadas. Na média desta semana, em comparação com a de duas semanas atrás, houve 53% óbitos a mais, o que indica crescimento na média móvel de mortes. Também foram registrados 3.708 novos infectados. Assim, o Estado chega a 283.351 casos confirmados desde o começo da pandemia. A taxa de ocupação total de leitos de UTI também vem subindo, e era de 74,7% na tarde de ontem, a maior em 15 dias. Deste percentual, 42,5% correspondiam a pacientes com Covid-19 ou suspeita de síndrome respiratória aguda grave. A aceleração de transmissão do coronavírus, aliás, foi diagnosticada em todo o Brasil, segundo estudo da Imperial College, de Londres.

Capital questiona critérios do distanciamento controlado – Depois de Porto Alegre ser pré-classificada novamente na última sexta como área de bandeira vermelha pelo cálculo do distanciamento controlado do Governo do Estado, a Prefeitura reagiu e reivindicou um modelo menos impositivo. O Executivo da Capital entende que os indicadores do Piratini não observam as especificidades da cidade. O secretário municipal de Saúde, Pablo Stürmer defende, por exemplo, que a ocupação de leitos de UTI não deva ser referência, uma vez que o sistema hospitalar é flexível para mobilizar os leitos para a Covid-19 conforme a necessidade. Já a projeção de óbitos, outro indicador de peso, seria pouco preciso por relacionar a quantidade de óbitos tendo como base a ocupação de UTIs. Stürmer mostra que a projeção de mortes foi 37% a mais do que os dados finais na última semana. O secretário não contesta o uso do modelo do distanciamento controlado, mas entende que o protocolo deve, a essa altura, mais sinalizar do que determinar.

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Chico e Luis Fernando na confraria do empate 

Quem é o maior brasileiro vivo? Pergunta difícil que o jornalista Moisés Mendes tenta, divertidamente, responder na crônica de hoje. Spoiler: a resposta não importa tanto quanto as artimanhas de quem não quer aceitar a derrota nessa “batalha” (coisa que, em tempo de eleições, parece estar na moda). Fique com um trechinho e corra para o site para ler a crônica completa.

“Luis Fernando desenha, e Chico nunca fez uma garatuja. Mas aí alguém lembrou que Chico dança tango (o que ninguém sabia na mesa). E deu empate de novo, mesmo que uma coisa não tenha nada com a outra. Luis Fernando é cronista e Chico não é. Ficaram pensando em como o jogo poderia ser empatado nesse ponto, porque Chico de fato não é um cronista clássico, e uma confrade no canto da mesa, nova na confraria, especialista em sonetos, disse que Chico tem olhos verdes. Todos se entreolharam.”


Cultura

A Rainha

Foto: Netflix/Divulgação

Não, não aquela rainha, que já está na quarta temporada na Netflix e na septuagésima na vida real – real, sacam? A outra rainha. A que nos olha do lado de lá da tela e todos trememos do nosso ladinho aqui. Essa rainha do gambito, o que quer que seja um gambito. Essa rainha. Ela. Eu sempre gostei de xadrez, e nunca jamais pensei em assistir a um filme, ou série, sobre xadrez que segurasse o espectador mais do que alguns minutos antes de ele entrar em coma induzido. Leia o comentário do escritor Marcelo Carneiro da Cunha sobre a série O Gambito da Rainha, da Netflix.

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Você viu?

Um dos primeiros projetos para a criação da gaita saiu das mãos do gênio renascentista Leonardo da Vinci. Entre os anos 1503 e 1509, o polímata rabiscou no papel um instrumento que misturava fole e teclado. Mas, em meio a tantos inventos, a ideia caiu no esquecimento, e o acordeom tal qual conhecemos hoje só surgiu no século XIX. Ano passado, ninguém menos que Renato Borghetti, junto à Fábrica de Gaiteiros, da Barra do Ribeiro, decidiu reconstruir o instrumento de da Vinci. O rabisco virou música. A diferença principal entre o projeto do renascentista e o acordeom atual é a vibração das notas. Enquanto na gaita moderna as notas saem quando o ar passa pelas palhetas de metal, o projeto previa que o ar passaria por tubos de madeira. Ao jornal Zero Hora, Borghetti disse que demorou 14 meses para montá-la, e que o desafio vencido é uma forma de mostrar aos estudantes dele que é possível superar as dificuldades por meio da dedicação.

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