Daiana Santos: Queremos uma Porto Alegre democrática, inclusiva e plural
Na Semana dos 250 anos de Porto Alegre, o Matinal Jornalismo convidou todos os vereadores da capital gaúcha a responderem à questão: “Qual a Porto Alegre que você quer para o futuro e como seu mandato atua para alcançá-la?”. Os artigos enviados estão publicados nesta página especial.
Leia a seguir o depoimento de Daiana Santos
Porto Alegre já foi considerada a cidade da educação, da cultura e da democracia. No entanto, a recente linha sucessória de governos municipais alinhados com o neoliberalismo nos colocou diante de uma crise de precarização da vida e do trabalho na cidade, sobretudo nas periferias.
Sou sanitarista e educadora popular, portanto sempre trabalhei nos territórios da cidade, em 2020, fui eleita para o meu primeiro mandato e foquei meu trabalho como vereadora em projetos, emendas parlamentares, pedidos de providências, para as comunidades das periferias de Porto Alegre.
As periferias foram as mais afetadas da cidade com a Covid-19, e com isso, aumentou ainda mais as desigualdades sociais existentes. Para enfrentarmos estes problemas, construímos a Frente Parlamentar de Políticas Públicas Para a Periferia na intenção de combater a fome, a violência, a insegurança alimentar, e desta forma colocar a vida e o cuidado em primeiro lugar.
Na busca por uma cidade fundada na democracia real e na justiça social, defendemos a nossa Porto Alegre na perspectiva da educação popular freiriana, que possui como princípio o poder popular, o diálogo e a participação, uma nova forma de organização da tomada de decisões e de fazer a gestão compartilhada da cidade, em relação direta com as organizações e instituições locais, respeitando assim, as especificidades e necessidades de cada território.
Precisamos retomar o debate da gestação da cidade sobre uma ética do cuidado. Impulsionar o associativismo e o cooperativismo solidário como alternativas ao desemprego e as formas de contratação precárias, contribuindo para que tenhamos uma economia popular que valorize a dimensão solidária e coletiva.
Ressalto que buscamos uma cidade livre do machismo, do racismo, da LGBTfobia, e de qualquer forma de violência e discriminação, onde as mulheres e homens, mais em especial as mulheres negras periféricas chefas de família, sintam-se protagonistas das suas vidas, e possam ter além de comida: dignidade, diversão, arte e o direito de esperançar, sonhar e ser feliz.
Daiana Santos, vereadora do PCdoB
Confira no site da Câmara os projetos de autoria da vereadora.