Com Leite, RS teve menor gasto proporcional em educação da década
Este conteúdo faz parte de uma série especial de reportagens do Matinal Jornalismo reunidas na plataforma Eu Voto Porque. A ferramenta permite escolher uma candidatura e temas relevantes para que você descubra o que seu candidato pensa a respeito desses assuntos. A seguir você confere o posicionamento e planos de Eduardo Leite (PSDB) sobre educação. Aqui você pode conhecer mais sobre as propostas do candidato para outras áreas.
Correção: originalmente, o título apontava que o governo Leite tinha feito o menor investimento em educação desde Yeda Crusius. A informação foi corrigida.
Eduardo Leite (PSDB) gastou pouco em educação: em três anos de governo, o estado teve o menor percentual de orçamento destinado para a área nos últimos 10 anos. As despesas de R$ 8 bilhões a R$ 9 bilhões representaram entre 11% e 13% do total – abaixo dos 13% a 15% dos três primeiros anos da gestão de José Ivo Sartori (2015-2018). Além disso, nos dois primeiros anos de mandato, Leite manteve um dos menores percentuais de investimento em educação na década: apenas 0,07% das despesas totais vieram de investimentos na área, números que empatam o último ano de Sartori. Já no governo de Tarso Genro (2011-2014), esse percentual ficou entre 0,12% e 0,44%.
Apesar disso, houve uma retomada dos investimentos a partir de 2021: o percentual subiu para 0,24% do total (superando os 0,15% do terceiro ano de Sartori, mas ainda abaixo dos 0,44% de Tarso no mesmo período), com mais de R$ 163 milhões investidos no ano passado e a promessa de chegar a R$ 1,2 bilhão até o fim de 2022.
O retorno das aulas presenciais após a pandemia, em novembro de 2021, enfrentou resistência e dificuldades, como a falta de equipamentos de proteção, de recursos humanos para manutenção e vários problemas estruturais. De acordo com o Censo Escolar, o RS teve o 4º pior índice de evasão do Brasil – um a cada dez alunos da rede pública abandonou os estudos em 2021.
Das promessas de 2018, Leite conseguiu cumprir a universalização do acesso – segundo o governo, a rede estadual atende toda a demanda. Em 2021, houve reajuste salarial para os professores, mas abaixo da inflação e sem incluir outros funcionários das escolas. O governo também implementou o projeto Todo Jovem na Escola, que distribui bolsas para evitar a evasão, e o Educação no ICMS, que destina o imposto para os municípios de acordo com o desempenho no ensino.
Outra iniciativa foi o programa Avaliar é Tri, que mostrou que em 2022 o desempenho dos alunos está abaixo do que seria considerado o “nível básico” para o Ensino Médio.
Para um eventual segundo mandato, Leite propõe dar seguimento a estes projetos, além de investir em tecnologia e inovação, ampliar a oferta de escolas em tempo integral e apoiar os municípios na expansão de vagas para Educação Infantil. Propõe ainda ações que conectem jovens ao mercado de trabalho, ofertando mais cursos técnicos e bolsas de estudo em universidades comunitárias. Em entrevistas, já defendeu a cobrança de mensalidade em universidades públicas por aqueles com “condições de pagar”.