Aparecida

Carlos Monteiro contribui mais uma vez com a Parêntese e nesta edição 155 traz um ensaio que mostra detalhes de Aparecida. O autor escreve: “Este é um ensaio sobre a cidade de Aparecida e o que ronda em suas cercanias entre o comércio, a beleza estética e a fome.”

Observando as imagens encontramos as cores que iluminam as construções que são, inegavelmente, belas. Luzes que penetram os ambientes com brilhos e reflexos dando aos espaços o tom divinal. Encontramos o dourado, o radiante, a grandiosidade de uma riqueza material, o efeito dos vitrais. 

Há também e sem dúvida oposição no olhar de Monteiro. Oposição que se expressa não apenas no interior de cada fotografia, mas uma oposição no conjunto.

Opostos que se criam para nos evidenciar também a pobreza: no chapéu que pede um trocado, na tigela sobre o chão e na mão que pede uma esmola. 

Vemos uma santa que se chama Aparecida e uma mulher sentada na calçada. O céu que é de alguns e a terra que é de muitos.

Carlos Monteiro é fotógrafo, jornalista, cronista e publicitário desde 1975. Carioca da gema, nascido no bairro de Santa Teresa, é flamenguista e portelense. Trabalhou nos principais veículos nacionais – revista O Cruzeiro, Jornal do Brasil, Jornal dos Sports, História e Glória do Rock, revista Foca, além de outros, como freelancer. No jornal O Dia, publicou a foto-galeria, Alvoradas Cariocas, retratando o amanhecer do Rio.

Atualmente colabora com o jornal Correio da Manhã, a Rede Lume de Jornalistas, Mirada Cultural, Os Divergentes e em alguns outros cinco veículos digitais. Tem quatro foto-livros publicados expressando seu amor pela Cidade Maravilhosa: Rio estado de espírito, obra bem-humorada que conta a história dos fantasmas cariocas; Rio ao amanhecer, desnudando a cidade aos primeiros acordes do Astro-rei; Vistas e visões da Cidade Maravilhosa, um passeio fotográfico, em outros ângulos, pelos principais bairros do Rio e Heranças: independência e vida, um relato, em imagens, dos legados deixados pela Família Real em terras cariocas.