Memória

1937 – Estado Novo, Loureiro da Silva e a canalização do Arroio Dilúvio

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1937 – Estado Novo, Loureiro da Silva e a canalização do Arroio Dilúvio
PORTO ALEGRE 251 ANOS 1937 – Estado Novo, Loureiro da Silva e a canalização do Arroio Dilúvio – História Em novembro de 1937, Getúlio Vargas decretava o Estado Novo com repercussões imediatas no Rio Grande do Sul e em Porto Alegre. Junto com São Paulo, aqui residia o principal foco da conspiração que pretendia a deposição de Vargas. Com o contragolpe do Estado Novo, o governador Flores da Cunha fugiu para o Uruguai. Assumiu no seu lugar o General Daltro Filho, que nomeou para prefeito José Loureiro da Silva, em substituição a Alberto Bins.  Contando com a boa vontade orçamentária de Vargas, Loureiro da Silva tocou um conjunto de obras que viriam a impactar, e remodelar, decisivamente o tecido urbano da cidade. Entre tais obras, a drenagem, canalização e retificação do leito do Arroio Dilúvio. Planos para tais obras existiram antes, como o de João Moreira Maciel (1914), Schneider (1925), Medáglia (1930) e Ary de Abreu Lima, de1935 (BURIN, Carolina Wolf. O caso da canalização do arroio Dilúvio em Porto Alegre. Porto Alegre: Dissertação de Mestrado/UFRGS, 2008, p. 12). Mas que não saíram do papel. Com Loureiro da Silva, o arquiteto Arnaldo Gladosch, o engenheiro Edvaldo Pereira Paiva e um Conselho do Plano Diretor, as coisas andaram. Loureiro usou e abusou do marketing pessoal (Fig. 1). Mas fez, e este reconhecimento não se lhe pode negar. Não completou o projetado (o que demorou algumas décadas) mas “entre 1939 e 1943 (…) a canalização da já chamada Avenida Ipiranga se encontrava concluída desde a foz [faltou dizer onde ficava] até as proximidades da Avenida João Pessoa” (BURIN, op. cit. p.13). Loureiro da Silva e o Dilúvio pré e pós canalização – Representações Se os reminiscentes de José Montauri (o autor, inclusive) podem reclamar do pouco caso da cidade com a monumentalização do seu “eterno intendente” (ver Parêntese 11.06.2022), os memorialistas de Loureiro da Silva não têm do que se queixar. Seu monumento, em pose de quando inspecionava a execução de seu plano de obras, foi encomendada a Antônio Caringi (Fig. 2) e inaugurada em 1974. Depois de vandalizada em boa parte de seus elementos originais, foi removida para uma área mais segura, mais perto da vigilância noturna da Câmara Municipal. Nas representações pictóricas, o arroio antigo, das enchentes catastróficas e bucólicas vivências, foi muito mais visitado que o atual por nossos artistas. Além das diversas tomadas da Ponte de Pedra (por onde o arroio passava), temos vários registros de seus recantos. Como fez mais de uma vez Libindo Ferraz (Fig. 3). Ou como procedeu Luis Cúria, em 1929 (Fig. 4), ao representar a segunda Ponte da Azenha, de 1897, feita de ferro e encomendada da França, que substituiu a primeira, de madeira e construída em 1802, e por onde os Farroupilhas invadiram a cidade, em 1835. Do Dilúvio pós-canalização há pouca coisa, em termos de representações pictóricas. Por isso mesmo ainda mais se destaca a notável aquarela de Joaquim da Fonseca (Fig. 5).    Fig. 1 – Esquerda: Elogio ao novo Prefeito. […]

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