Memória

1942 – Porto Alegre entra na guerra e em desatinos

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1942 – Porto Alegre entra na guerra e em desatinos
PORTO ALEGRE 250 ANOS 1942 – Porto Alegre entra na guerra e em desatinos – História Em agosto de 1942 o Brasil declarou guerra à Alemanha, depois do torpedeamento de navios mercantes brasileiros por submarinos alemães. Junto, um decreto de Vargas intimando estados e municípios a se prevenir contra eventuais ataques. Principalmente em cidades próximas do litoral. O prefeito José Loureiro da Silva (1937-45), aquele da canalização do Dilúvio e de grandes obras viárias na cidade (ver Parêntese 22.04.2023), dinâmico e voluntarioso que era, seguiu à risca as orientações vindas de cima. Meteu-se, junto com o governo do Estado, 3ª Região Militar e técnicos da Prefeitura, a elaborar um plano para a defesa antiaérea da cidade. Tudo em regime de urgência. Era um plano com um quê de mirabolante. O principal ponto localizava-se no Viaduto Otávio Rocha, mas que também incluía um túnel para pedestres ligando o centro da cidade ao bairro Cidade Baixa. As creches São Francisco e Navegantes, o asilo Padre Cacique e o Orfanato Pão dos Pobres também faziam parte do projeto (CARAPEÇOS, Fernando D.N. Porto Alegre na IIª Guerra Mundial: do medo de um ataque ao júbilo da vitória. In: História & Acervos, Ano III, Nov-Dez/2006, n.13, p. 41). O Correio do Povo empenhou-se numa campanha de arrecadação de fundos. Muito bem recebida e divulgada nas suas edições de domingo. Mas o tempo foi passando e a ficha caindo. Será que a Luftwaffe, com tantas outras premências, se abalaria a atravessar o Atlântico para bombardear a “mui leal e valerosa”? Conclui-se que não. O Correio, então, destinou a arrecadação para a Santa Casa, que usou o dinheiro para iniciar a construção do Hospital da Criança Santo Antônio, da av. Ceará (CARAPEÇOS, op. cit. p. 42). Perdeu o desatino, ganhou a saúde de nossas crianças enfermas. O medo coletivo alimentado pelas representações O medo dos porto-alegrenses na guerra se alimentava de reportagens de jornais, com fotos dos ataques alemães às cidades da Europa, principalmente Londres. Mais os exercícios de defesa, com direito aos zunidos das sirenes, blecautes noturnos, janelas e portas cerradas e tudo o mais. Assim como das imagens produzidas por nossos artistas. Do ataque aos navios brasileiros a Revista do Globo publicou uma capa com desenho de João Fahrion (Porto Alegre, 1898 – Idem,1970). O qual, numa retrospectiva do conjunto de sua obra, só com muita benevolência poder-se-ia incluir (Fig. 1). Antes de Fahrion, no ano que a guerra iniciou (1939), Nelson Boeira Faedrich (P. Alegre, 1912 – Idem, 1994) produziu uma série de ilustrações com as ameaças da guerra. Não só para Porto Alegre, mas para a própria civilização. Muito mais inspiradas, plasticamente melhor resolvidas e até mesmo (dá para aceitar?) com alguns traços de Marinetti (Fig. 2, 3 e 4).  Dos horrores da guerra, quem também se ocupou foi Carlos Scliar (S. Maria, 1920 – R. Janeiro, 2001) na condição de seu testemunho ocular como expedicionário da FEB. Entre os horrores, os campos de concentração, partes integrantes de holocaustos que alguns negacionistas ainda […]

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