1945 – Tesourinha e o Hexacampeonato do Inter
1945 – Tesourinha e o Hexacampeonato do Inter – História
Embora os neo-opiniáticos achem que seja só uma questão de dinheiro, administração, planejamento, evolução tática, preparação física e quejandos, de quando em quando os astros e deuses do futebol parece que se combinam para obsequiar um clube com um elenco de jogadores e um time tão espetacular que acabam se tornando lenda. Foi o que aconteceu com o Internacional, campeão gaúcho de 1945, depois dos três turnos do torneio citadino. Ao final, 13 vitórias, um empate e nenhuma derrota. Com 62 gols pró (por isso apelidado de “rolo compressor”) e 11 contra. Mais dois jogos com o campeão do interior, Pelotas. Mais 2 vitórias. Um arraso.
Para além dos resultados de campo e da satisfação da torcida, o hexacampeonato do Inter parece que ajudou decisivamente o futebol da província a firmar-se ainda mais como um fenômeno de massas. No jogo da “colocação das faixas” e, antes disso, na recepção aos jogadores depois de um empate com o Flamengo, no Rio de Janeiro, compareceram verdadeiras multidões (Fig. 1). Com direito a reportagens na principal revista de variedades do Estado (Revista do Globo), onde personalidades de outras manifestações culturais se cacifavam como torcedores do Inter. Como foi o caso do carnavalesco Vicente Rao (Fig. 2). Ou, então, com o seu principal jogador, Osmar Fortes Barcelos (o Tesourinha), sendo apresentado ao público a partir de seu cotidiano familiar, com sua esposa e mãe, numa residência de alto padrão. Mais do que isso, mostrando-o em sua íntima predileção pelos gatos. No caso um bichano preto que ele, ao contrário da crendice medievo-popular, não acreditava que dava azar (Fig. 3).
O Tesourinha do rolo compressor e do hexa – Representações
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