1946 – O Monumento ao Expedicionário e suas desavenças
1946 – O Monumento ao Expedicionário e suas desavenças – História
Em 8/5/1946, no primeiro aniversário da vitória dos aliados na Segunda Guerra Mundial, era lançada a pedra fundamental do Monumento ao Expedicionário. Com o apoio do Correio do Povo, que, apesar da não concretizada campanha de arrecadação de fundos para a construção de abrigos antiaéreos da cidade (ver Parêntese 27.5.2023), ainda conservava capital simbólico e credibilidade para capitanear uma nova campanha.
Na comissão julgadora, três engenheiros e dois professores do Instituto de Artes (Tasso Corrêa e João Fahrion). Entre os candidatos, Caringi, Vasco Prado (Fig. 1), e Fernando Corona (Fig. 1). Nos debates, três votos para Caringi, dois para Fernando Corona, com “os dois representantes da arte retirando-se, sendo o concurso julgado como foi pelos três engenheiros” (CORONA, Fernando. 50 anos de artes plásticas e seus autores. In: Enciclopédia Rio-grandense. Canoas: Edit. La Salle, 1957, p. 254 ). O motivo alegado era que “o projeto de Caringi, com arcos bi-partidos, era grave erro arquitetônico” e “não estava de acordo com o edital que pedia um Arco de Triunfo” (Ibidem). Embora a tese do “grave erro arquitetônico” seja discutível (os romanos já erguiam arcos assim), com tais desavenças a arrecadação patinou. O monumento só foi inaugurado em 1957.
Diante das desavenças, Caringi veio a público defender sua concepção. Dizendo que o Brasil foi à guerra para defender a democracia contra o totalitarismo. E, como a democracia pressupõe a igualdade, seu duplo arco simbolizaria esta igualdade. Faltou explicar a presença, no seu monumento, de uma estatuária nitidamente tributária da escultura nazista do III Reich totalitário. Veja-se a sua Vitória (Fig. 2), uma Valquíria como aquelas que Wagner e o Führer recomendavam como modelo ao povo alemão.
O Monumento ao Expedicionário – Representações
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