Memória

Lugares de Memória do Museu de Percurso do 3º e 4 Distritos: O Coojornal

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Lugares de Memória do Museu de Percurso do 3º e 4 Distritos: O Coojornal

Sobre o Museu de Percurso:

O Museu de Percurso do 3º e 4º Distritos de Porto Alegre é uma iniciativa que nasceu na Faculdade de Arquitetura da UFRGS, com o objetivo de divulgar e preservar a memória e o patrimônio das antigas regiões industriais de Porto Alegre, que faziam parte dos 3º e 4º Distritos da capital gaúcha e que hoje estão localizadas nos bairros Independência, Floresta, São Geraldo, Navegantes, São João, Humaitá e Farrapos. Um dos marcos inaugurais dessa iniciativa foi um encontro, ocorrido no dia 12 de dezembro de 2023, que reuniu mais de cinquenta pessoas no Centro Cultural Vila Flores para avaliar os problemas e pensar soluções para este território. A partir dos debates realizados, do diálogo com a comunidade e do trabalho de pesquisadores e pesquisadoras, foi elaborado o “Manifesto em defesa da memória social e do direito à cidade nas antigas regiões industriais de Porto Alegre (3º e 4º Distritos)”. Convidamos todas as pessoas a ler, discutir, divulgar e assinar este manifesto, para que ele se torne também um instrumento que ajude a questionar o presente e propor soluções para o futuro de nossa cidade.

Para ter acesso ao Manifesto na íntegra, clique aqui
Para assinatura do Manifesto clique aqui.

O CooJornal

Foi em uma casa de número 372 da Rua Comendador Coruja, no bairro Floresta, onde funcionou a Cooperativa dos Jornalistas do Rio Grande do Sul, que existiu entre 1974 e 1983, publicando o CooJornal entre 1976 e 1982, um veículo de imprensa criado para ser opinativo e crítico, em um período marcado pela repressão e pela censura da Ditadura Militar; durante os anos em que foi publicado, os jornalistas do CooJornal se destacaram pela coragem de investigarem e tornarem público os desmandos do regime de exceção. 

A Cooperativa dos Jornalistas do Rio Grande do Sul foi fundada em agosto de 1974, por sessenta e seis associados, no Salão Nobre da Associação Rio-Grandense de Imprensa. Em novembro de 1975, surgiu o CooJornal, como um Boletim interno da Cooperativa, mas no ano seguinte o veículo se tornou em jornal mensal com 28 páginas, que seria publicado entre outubro de 1976 e março de 1983. O CooJornal logo se tornou uma referência para outras experiências similares no Brasil, inclusive suas edições eram remetidas para mais de dez estados brasileiros. Sua equipe editora era composta por Elmar Bones da Costa, Rosvita Saueressig, Jorge Polydoro, Osmar Trindade, Fraga e José Antônio Vieira da Cunha.

Os jornalistas que faziam parte da Cooperativa e escreviam no periódico eram constantemente ameaçados pelo Regime Militar e por grupos de extrema direita, mesmo assim eles nunca deixaram de colaborar com os movimentos sociais e grupos que lutavam pela abertura política. Em 1977, incomodados com as críticas ao regime, agentes das forças de segurança fizeram uma grande pressão para que os anunciantes retirassem seu apoio financeiro ao jornal. Mesmo com a suspensão de vários patrocínios, o jornal continuou com boas tiragens. Outro momento difícil foi quando em 1980, por conta da divulgação de documentos secretos, Osmar Trindade, Elmar Bones, Rosvita Saueressig e Rafael Guimaraens foram presos. A ação arbitrária gerou fortes protestos de seus colegas de trabalho (inclusive de outros veículos de imprensa) e suas acusações acabaram prescrevendo.

No final da década de 1970, além da ação repressiva dos agentes da Ditadura, a Cooperativa de Jornalistas passou a enfrentar problemas internos. Constituiu-se um grupo de oposição à diretoria, que era crítico à gestão dos negócios. Além disso, houve o lançamento de um semanário chamado Rio Grande, em maio de 1979, que não teve o mesmo impacto do CooJornal. Em 1983, já com muitas dificuldades, o CooJornal fechou suas portas, mas deixou um legado de crítica e resistência para o nosso jornalismo.

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