Cinco anos e uma vida
Foi Clarice Lispector que nos aproximou. Trabalhávamos no Diário do Sul e eu tinha escrito um texto sobre a Clarice. A Sandra adorou e comentou comigo. E ali tudo começou. Ela tinha 20/21 anos, tinha recém saído da faculdade. Era tradutora e eu escrevia na Cultura.
Tivemos uma linda história de amor por cinco anos. Ela adorava metáforas, a poética das coisas, a intensidade das palavras e ideias, e tínhamos uma aproximação pelas diferenças. Eu sagitariano, impulsivo, operístico. Ela peixes, impressionável, à flor da pele em muitas coisas mas tentando sempre o lado sensível e amoroso de tudo. Tínhamos diferenças e também admiração mútua. Talvez porque um fosse o que faltava no outro.
[Continua...]