Nossos Mortos

Zé Flávio

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Zé Flávio Zé Flávio. Foto: Divulgação
José Flávio Alberton de Oliveira (em Porto Alegre, 10/04/1952 – 31/08/2023) começou a fazer história na música da cidade aos 19 anos de idade. Corria o ano da graça de 1971 quando, junto com Inácio do Canto – amigo que o acompanhou vida afora – criou uma introdução a dois violões para uma música chamada Vento Negro, do seu amigo José Fogaça – que levava vida dupla como compositor e professor de cursinho. Jamais imaginaria ele que aquele dedilhado de inspiração bachiana e a consequente melodia criada por Inácio seriam por décadas passagem obrigatória no repertório de todo violonista no Rio Grande do Sul. Muito antes de Amigo Punk, da Graforréia Xilarmônica, e antes mesmo de Starway to Heaven, todo mundo queria aprender a introdução de Vento Negro. A ironia é que a música, lançada na primeira edição do festival Musipuc, levou um mixuruca quarto lugar (mesmo com Zé e Inácio tocando no palco). No ano seguinte, com verdes 20 anos, Zé Flávio já era um dos destaques da I Mostra de Música de Porto Alegre, organizada pelo mesmo Fogaça, e que lotou dois dias o Theatro São Pedro. Quatro das 20 canções apresentadas eram do então aluno do curso de composição e regência da Universidade Federal do Rio Grande do Sul – onde era colega de, entre outros, o também compositor Pery Souza. Turma da Mostra de Música organizada pelo Fogaça. Atrás: Gilnei (futuro Almôndegas), Inacio do Canto (abaixo dele, com o baixo), Nagib Muhr (futuro empresário dos Almôndegas), ?, Toneco, Kledir, Quico Castro Neves, João Baptista (futuro Almôndegas). Embaixo: as irmãs Dora e Rosane Oliveira do Quarteto em Fá, Kleiton, Débora, Chico Ferreti, Fogaça (ao lado da guitarra), Ione Carvalho, Zé Flávio, Débora, ?, Anelise (de cabelo curtinho à Elis). Deitado na frente das meninas: Cláudio Oliveira. Acima delas, Paulo de Campos. No ano seguinte ele funda a primeira de suas muitas bandas. Em Palpos de Aranha era nome de show e nome do grupo que reunia Gracinha Magliani na voz, Zé na guitarra, Claudio Levitan cantando e tocando violino, Flávio Chaminé no baixo, Laurinho Ney na bateria, Giba-Giba e seu inseparável tambor de sopapo e a percussão do mestre de bateria Nery Caveira. A artista plástica Magliani, irmã de Gracinha, fez o cenário. Textos de Luís Fernando Veríssimo e figurinos caprichados completavam o show que contava a história da cidade vista como uma teia de aranha que sufocava a todos. O repertório, basicamente de Levitan e Zé Flávio, tinha rock, música negra, blues com solo de cuíca e muitos elementos regionais. Como Juarez Fonseca escreveu à época, eles eram então responsáveis pelo “o que se pode chamar de melhor rock brasileiro feito aqui na cidade”. A capa do luxuoso programa distribuído no show (desenho do próprio Levitan) Em Palpos de Aranha rodou por todos os principais teatros da capital e vários do interior. E faria bonito nos shows Vivendo a Vida de Lee. Só que, quando os shows aconteceram, em 1975, Zé Flávio já tinha saído do grupo […]

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