Pequenas ficções

E se a periferia fosse o centro? – Texto 5: Protestantes anônimos

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E se a periferia fosse o centro? – Texto 5: Protestantes anônimos

Organização de Marco Mello e de Daniele Gualtieri Rodrigues

Esta é uma série de crônicas, contos, cartas e poesias que a Parêntese apresenta a seus assinantes com exclusividade. A seleção conta com textos dos estudantes-escritores da escola Saint Hilaire, na Lomba do Pinheiro, em Porto Alegre. A iniciativa partiu dos organizadores do livro E se a periferia fosse o centro? (EMEF Saint Hilaire, 124 pgs). A apresentação completa da obra e os textos anteriores já publicados na Parêntese podem ser conferidos neste link.


Protestantes anônimos

Três anos atrás …

Nossas vidas nem sempre são perfeitas, ou acontecem do jeito que nós queremos, mas pelo menos temos nossas famílias e nossos trabalhos.

E, com nossas lutas diárias para uma vida melhor, conseguimos prosseguir normalmente… pelo menos por enquanto.

Dias atuais …

O vírus se espalhou tão rápido que quase não houve tempo de as autoridades iniciarem o confinamento e o protocolo de contenção contra a nova variante Covid-19. Quando se deram conta da realidade, o vírus já havia se espalhado por todos os lugares do Brasil e do mundo. Em alguns lugares a situação era feia, com milhares de infectados e mortos. O vírus deixava sequelas, para alguns, irreversíveis.

Apesar da Covid estar em torno de todos, havia alguns mais privilegiados que os outros. Os ricos, da elite, que viviam na alta sociedade. Essas pessoas ricas pagavam profissionais extremamente estudados e capacitados para desenvolver uma vacina que combatesse o vírus.

O problema é que o governo não disponibilizava a vacina para qualquer um, mas sim apenas para aqueles que podiam pagar por ela uma grande quantia em dinheiro. O sistema não se importava com a população, principalmente a população pobre. O povo estava apavorado e o mundo estava um caos…, mas, talvez, houvesse esperança!?

Muitos lugares foram atingidos pelo vírus, levando várias pessoas a óbito. Mas, em uma pequena cidade no Brasil chamada Corais, restavam quatro sobreviventes, um pequeno grupo de jovens que parecia ter sido escolhido a dedo e estava disposto a lutar contra as injustiças postas pelo governo, fazendo o impossível para conseguir a vacina contra a Covid-19 para toda a população.

Os jovens se juntaram e começaram a planejar como fariam para que seus direitos à vacina fossem assegurados. Suas maiores motivações eram a raiva e indignação contra o governo opressor e contra os ricos da alta sociedade, pois estes agiam como se o mundo não estivesse um caos. Já o atual governo achava que a vacina não era importante, mas se alguém quisesse usufruir dela teria que pagar muito dinheiro para isso.

Após algum tempo os jovens começaram a pôr em prática seu plano. Durante algum tempo eles espalharam cartazes pelas cidades, conscientizando a população de seus direitos, também picharam os muros da República e postavam várias críticas sociais contra o governo, tudo isso de forma anônima. As autoridades começaram a ficar preocupadas, pois não sabiam até onde isso poderia chegar.

O plano havia chegado na parte mais importante e arriscada: os jovens haviam invadido o servidor do Presidente e descoberto vários podres de vários políticos. Com isso eles montaram um vídeo com todas essas informações e acrescentaram várias críticas em forma de protesto. E fizeram o vídeo ser transmitido por todo o país através de uma rede de TV. O vídeo teve um impacto tão grande que chocou a todos e fez com que o governo recuasse e voltasse atrás de sua decisão, disponibilizando a vacina para todos, usando isso também para “amenizar” a situação atual. 

Grande parte da população começou a apoiar a causa dos ‘’PROTESTANTES ANÔNIMOS‘’ a partir disso, pois quando há um governo opressor, os protestos e oposição do povo contra isso é que faz a revolução acontecer.


Ketellem Gomesé aluna da turma 91 da escola Saint Hilaire, na Lomba do Pinheiro, em Porto Alegre.

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