Revista Parêntese

Parêntese #172: Operação Aníbal

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Parêntese #172: Operação Aníbal

Vão escoando os dias, em sua lenta procissão rumo à eternidade (imagem do Nelson Rodrigues), e a gente vai se acostumando a conviver com a morte e a evocar os mortos. Coisa da maturidade.
    
Agora mesmo alguém lembrou que se completaram dez anos da morte do Aníbal Damasceno Ferreira. Dez anos. (Foi o Gerbase.)
    
Foi um gênio da conversação, que deixou alguma coisa escrita e pouca coisa impressa. Suas tiradas, as imagens que inventava, as alusões, as conexões, tudo isso é coisa evanescente – e, é preciso admitir, só poderiam mesmo existir em sua forma presencial, oral, a quente, na magnífica e volátil energia da conversa ao vivo.
    
Mas nada impede a lembrança ativa, por parte de quem com ele teve a chance de ficar mais inteligente, atiçado por sua verve, por suas ideias singulares, por seus esforços em favor de figuras como Qorpo-Santo, Nelson Rodrigues e outros. 
    
Daí termos organizado essa Operação Aníbal: como se fôssemos uma fração de vanguarda de um imaginário exército, adentramos o pantanoso território da memória e de lá trouxemos preciosidades.  

Uma delas: os vídeos de André Damasceno, vulgo Magro do Bonfa, sobrinho e admirador do Aníbal, que gravou umas historinhas dele. 
    
Nada menos de sete depoentes escreveram textos: Daniel Feix, Lena Annes, Nelson Nadotti, Juremir Machado da Silva, Gilka Girardello, Carlos Gerbase e este que vos tecla. Também foi o Gerbase que aportou uma série de fotos do Aníbal, em sala de aula, como ator de um filme seu (Três efes), etc.

Com um acréscimo de rara força imagética: Juliana Wolkmer, que está por lançar um livro sobre a história do Departamento de Arte Dramática da UFRGS, oferece uma fotografia de 1961, em que Aníbal figura ao lado de seus contemporâneos, como Linneu Dias e Lilian Lemmertz. Uma joia.
    
Mais a magnífica rotina de nossas semanas: Arthur de Faria segue contando a história dos Almôndegas, Arnoldo Doberstein descreve a fundação da Associação Chico Lisboa, em 1938, e Frederico Bartz passeia pela rua do Parque, uma das vias porto-alegrenses em que os trabalhadores fizeram história. 
    
Renata Dal Sasso segue contando da Buenos Aires de agora, com seu texto envolvente e seu tino para enxergar nexos nada óbvios. E Tiago Maria traz hoje o nono capítulo do seu ardente, luxurioso, noctívago folhetim.

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