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Erico Verissimo e as fontes jornalísticas

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Erico Verissimo e as fontes jornalísticas
A trilogia O Tempo e o Vento, obra-prima do escritor gaúcho Erico Verissimo (1905 – 1975), narra a história da formação do Rio Grande do Sul a partir da saga da família Cambará. O que poucos sabem é que o romance, publicado entre 1949 e 1962, traz acontecimentos históricos que foram publicados na imprensa e posteriormente incorporados à narrativa ficcional. Isso é o que revela a obra Erico Verissimo e o Jornalismo: Fontes para a Criação Literária, recém-publicado pelo doutor em Letras e professor da Universidade de Caxias do Sul (UCS), Márcio Miranda Alves. O trabalho de pesquisa poderá ser conhecido nesta quarta (17/7), durante um bate-papo, seguido de sessão de autógrafos, às 19h, no Centro Cultural CEEE Erico Verissimo. Para mostrar essa proximidade entre Erico Verissimo e o jornalismo, Alves identificou registros da imprensa na narrativa ficcional e os comparou com exemplares de jornais e revistas em arquivos no Brasil e na Alemanha. – Essas notícias, reportagens e até mesmo anúncios fazem referência a eventos importantes como a Revolução de 1930, as eleições presidenciais de 1910 e 1945, o assassinato do senador Pinheiro Machado, em 1915, e a passagem do cometa Halley, em 1910, a imigração alemã para o Brasil, entre outros assuntos que foram destaque na imprensa – aponta o pesquisador. Dessa forma, a consulta aos registros jornalísticos durante o processo de criação auxiliou o escritor na inserção de acontecimentos marcantes de cada período representado, criando um efeito de veracidade no sentido de que “se deu no jornal, então é verdade”. – Para dar conta da necessidade de referenciais históricos em O Tempo e o Vento, Erico Verissimo consultou jornais, revistas e almanaques. Essas informações ajudam a preencher o quadro histórico do romance e têm implicações nos destinos dos personagens e na abordagem dos eventos narrados – ressalta Alves. O uso da imprensa enquanto matéria-prima para o preenchimento do quadro histórico sinaliza que ela – na acepção do escritor – não apenas registra os fatos, mas, também, contribui para certos direcionamentos da história e por isso não deve ser desprezada na ficção. Para o leitor, fica o prazer de seguir as pistas da história e do jornalismo deixadas por Erico Verissimo. A obra Erico Verissimo e o Jornalismo: Fontes para a Criação Literária é uma adaptação da tese de doutorado defendida por Márcio Miranda Alves em 2013, no departamento de Teoria Literária e Literatura Comparada na Universidade de São Paulo (USP). Quarta 19h

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