Galeria Tina Zappoli comemora 40 anos com exposição
Depois de um longo período sem atividades presenciais, a Galeria Tina Zappoli (Rua Cel. Paulino Teixeira, 35 – Rio Branco, Porto Alegre) reabre suas portas ao público para brindar seus 40 anos de atuação com a exposição Passos Sobre os Abismos. A mostra, que reúne sete artistas convidados pela galeria, se debruça sobre um tema caro aos tempos atuais: os abismos pelos quais a humanidade tem passado.
Pandemia, guerra, fome e abandono estão entre os assuntos que perpassam as obras de Arlete Santarosa, Cabral, Marinho Neto, Jorge Leite, Itelvino Jahn, Têre Finger e Gabriel Augusto. Como o título aponta, a exposição procura não apenas colocar em pauta as dificuldades atuais, mas sim apontar caminhos possíveis para atravessar o cenário de caos e incertezas que marca o tempo presente. Conforme Tina Zappoli, “cada artista tem o seu abismo e todos estão tentando atravessá-lo. Essa é uma exposição centrada no fator humano”.
O ponto de partida para a escolha dos artistas foi um conjunto de trabalhos de Jorge Leite. Há muitos anos dedicando-se à escultura, o artista retomou a produção em pintura com a série Tempos Comuns, através da qual retrata cenas que se relacionam diretamente com a banalidade e a indiferença à vida humana. “O Jorge voltou a pintar depois de muito tempo. E, nessa série, a cor tem uma importância muito grande. Essas pinturas tratam de um assunto pertinente que é a falta de acolhimento e aconchego no mundo”, completa Zappoli.
Arlete Santarosa apresenta a série Árvores no Meu Caminho, com xilografias que exploram a beleza e as cores das ruas arborizadas de Porto Alegre. As árvores também estão presentes na obra de Itelvino Jahn através de suas esculturas em madeira, feitas a partir de árvores caídas – uma maneira que o artista encontrou de, a partir da nova forma, lhes devolver à vida.
As obras digitais de Marinho se relacionam mais diretamente com as pinturas de Jorge Leite ao retratar cenas cotidianas e algumas paisagens abstratas, carregadas de cores e texturas. As litografias de Cabral, a maioria em preto e branco, lidam com uma abstração que por vezes toma a forma de retratos.
Têre Finger, com suas aguadas de tinta acrílica sobre papel e tela, apresenta um conjunto de retratos marcados por expressividade e emoção. Por fim, e em conexão com as obras de Finger, Gabriel Augusto, o artista mais jovem da exposição, expõe um conjunto de esculturas e pinturas que, conforme o artista, podem ser compreendidas como um surrealismo distópico, obras que trazem o elemento humano de maneira disforme.
A exposição fica em cartaz de 14 de outubro a 23 de dezembro.
sexta-feira, 14 a 23 de dezembro de 2022