Agenda | Dança

Grupo Corpo apresenta o balé inédito “GIL”

Change Size Text
Grupo Corpo apresenta o balé inédito “GIL”
Como em todas as criações do coreógrafo Rodrigo Pederneiras, os movimentos do novo balé, GIL, nasceram da música. Mas a trilha engendrada por Gilberto Gil para o novo espetáculo do Grupo Corpo, a convite do diretor artístico Paulo Pederneiras, chegou trazendo um paradoxal desafio ao coreógrafo: ali estavam, juntos e indissociáveis, o conhecido e amado Gilberto Gil – e um compositor inteiramente novo. – Era um Gil que eu não conhecia e, ao mesmo tempo, o Gil de quem sou tiete desde que ouvi sua música pela primeira vez – diz Rodrigo. A solução do paradoxo – fenomenal síntese – subiu à cena em 7 de agosto, estreia nacional do novo espetáculo no Teatro Alfa, em São Paulo, seguindo para Belo Horizonte, Rio de Janeiro e finalmente chega a Porto Alegre para uma curta temporada no Teatro do Sesi, no sábado (2/11) e no domingo (3/11), às 21h. A fagulha inicial para erguer a coreografia veio de fora da música – um gesto inicial, buscado no candomblé. – Gil é filho de Xangô, e usei como ponto de partida o movimento associado à presença do orixá: uma das mãos do bailarino bate no peito e a outra, nas costas. E assim o balé começou a se construir – conta o coreógrafo. A “riquíssima trilha”, nas palavras de Rodrigo, se traduziu nos duos, trios e conjuntos que se alinham e desarmam, nos uníssonos e contrapontos gestuais, peças sempre renovadas do vocabulário marcante do coreógrafo. Mas GIL não tem o clássico momento do pas-de-deux: – A trilha não traz o tradicional adágio, a parte mais lenta da música, onde frequentemente está o pas-de-deux. Curiosamente, a única criação de Rodrigo que também não tem o clássico dueto é Sete ou Oito Peças para um Ballet, o programa complementar. As muitas singularidades de GIL, a bem da verdade, já haviam começado na proposta de Paulo Pederneiras ao compositor. – Gil sempre esteve no nosso radar. Na primeira conversa, já me veio a ideia de sugerir que a coreografia se chamasse GIL. Normalmente o músico tem liberdade total, e agora não foi diferente, mas a sugestão que se debruçasse sobre a própria obra se consolidou naquele momento. E GIL se inscreve, então, entre os compositores que dão nome a coreografias do Grupo Corpo. Já tínhamos feito essa homenagem a Bach, Nazareth e Lecuona – diz o diretor artístico. – Recebi o convite do Grupo Corpo com alegria mas também com certa preocupação na medida em que a ideia era a de denominar a peça GIL, concentrar a criação no trabalho, que tem muitas influências baianas, do samba, da música pop em geral – conta o compositor, que enxerga no arco da trilha de 40 minutos quatro temáticas, ou ambientes musicais: a de um choro instrumental, uma abordagem camerística (com inspiração “em Brahms ou Satie“, aponta ele), um terceiro momento de liberdade improvisadora e, finalmente, uma construção abstrata baseada em figuras geométricas. – Círculo, triângulo, retângulo, pentágono, a volta ao círculo e finalmente a dissolução numa […]

Quer ter acesso ao conteúdo exclusivo?

Assine o Premium

Você também pode experimentar nossas newsletters por 15 dias!

Experimente grátis as newsletters do Grupo Matinal!

PUBLICIDADE

Esqueceu sua senha?