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“Antes do Azul” integra a programação de quatro festivais internacionais

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“Antes do Azul” integra a programação de quatro festivais internacionais Antes do Azul. Foto: Frame/Divulgação

Imaginar o futuro para refletir sobre o presente é o mote do projeto O Fim do Fim: Novos futuros, dos artistas Romy Pocztaruk e Caio Amon, que convidaram uma série de criadores para imaginar novas formas de futuro.

O projeto é um laboratório de novas linguagens construídas através de narrativas híbridas, processos colaborativos e intensa intersecção entre música e imagem. Antes do Azul, um dos curta-metragens que integram o projeto, será exibido a partir da próxima semana em quatro festivais internacionais e terá sua estreia no Brasil, dentro da programação da ArtRio 2020.

O evento ocorre de 14 a 18 de outubro, parte de sua programação na Marina da Glória e parte online. O filme será exibido no MIRA, programa de videoarte com curadoria de Victor Gorgulho, que terá sessões na área externa da feira.

Mais do que uma feira de arte de reconhecimento internacional, a ArtRio é uma plataforma com um calendário ativo ao logo de todo o ano, realizando diferentes programas sempre com o intuito de aproximar artistas e galerias de seu público, estimular o conhecimento e valorizar a produção de novos artistas, incentivar a criação de novo público para a arte e disseminar o conhecimento da arte em projetos de acessibilidade e educação.

Antes do Azul integrou a programação do OUTFEST Los Angeles, maior festival de cinema LGBTQ e cultura queer dos Estados Unidos, que ocorreu em agosto. O filme, lançado no Instituto Ling, fez parte da sessão Platinum, curada pela artista e ativista Zackary Drucker, produtora da série Transparent. O curta também foi exibido no mesmo mês no FUSO FESTIVAL, principal festival aberto de videoarte de Lisboa, Portugal, em edição online.

Em cartaz de 15 a 25 de outubro no Seattle Queer Film Festival, o filme faz parte da seleção “Ultraviolet” que conta com nove filmes que transgridem “a narrativa de quem, o quê, quando ou como devemos ser neste mundo”. Antes do Azul é a única produção brasileira da lista, ao lado de filmes norte-americanos, britânicos e alemães. O Seattle Queer Film Festival completa 25 anos em 2020 e é o maior festival LGBTQI+ da costa oeste norte-americana.

A décima terceira edição do maior festival de cinema brasileiro nos EUA, o Los Angeles Brazilian Film Festival, ocorre a partir de 21 de outubro, de forma online. O filme integra a mostra Brazilian Shorts Spotlight ao lado de outras 28 produções. Já o Fringe Film Festival ocorre há dez anos em Londres. A edição 2020 será online de 10 a 15 de novembro. Também em novembro a obra será exibida no Indianapolis LGBT Film Festival.

Antes do Azul conta com a performance da cantora Valéria, textos do escritor Daniel Galera e fotografia de Lívia Pasqual.

— O clima distópico do curta, alcançado, em parte, por cenas como da atriz em movimento, vivenciando situações coletivas, e ela só, diante de lugares e objetos obsoletos, por vezes rastros de um futuro utópico não concretizado, parece informado pela urgência do nosso próprio tempo. É como se a personagem vivida por Valéria encarnasse o único ser da espécie humana que viu, vivenciou e, sobretudo, sobreviveu à própria humanidade e à cólera da sua extinção — analisa a crítica de arte Gabriela Motta.

Em novembro será possível conferir mais dois lançamentos do projeto, com os singles Blue Echoes e Fim Tempos na voz de Valéria, além de uma nova faixa em andamento em colaboração com Saskia, todas com direção e produção musical de Caio Amon.

Para o projeto Romy Pocztaruk e Caio Amon criam universos visuais e sonoros onde artistas convidados possam habitar. A criação parte da imaginação de processos de “fim do mundo” associados a teorias queer e decoloniais, projetando futuros possíveis nos quais a arte é um dos rastros deixados pela humanidade.

Com colaboração de textos de Daniel Galera, o projeto iniciou em 2018 com Safira (2018), estreou Antes do Azul em 2019, e prepara um novo filme com lançamento previsto para o final de 2020.

O projeto é um laboratório de novas linguagens construídas através de narrativas híbridas, processos colaborativos e intensa intersecção entre música e imagem. O compositor e produtor musical Caio Amon assina a direção musical, que inclui canções de sua autoria em colaboração com Filipe Catto, Valéria, Romy Pocztaruk, Daniel Galera e o músico e produtor Marcelo Cabral.

A proposta transmídia do projeto prevê, além de uma série de filmes, o lançamento de músicas e clipes nas redes de streaming.

Foto: Frame/Divulgação
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