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Marcélia Cartaxo não desiste do filho em “A Mãe”

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Marcélia Cartaxo não desiste do filho em “A Mãe” Cup Filmes/Divulgação

Grande vencedor do 29º Festival de Cinema de VitóriaA Mãe (2022) estreia nesta quinta-feira (10/11). O novo longa do diretor gaúcho Cristiano Burlan acompanha uma mulher que procura seu filho que pode ter sido assassinado por policiais militares durante uma ação na periferia de São Paulo.

Além de levar em Vitória os prêmios de Melhor Filme dos júris oficial, popular e da crítica, entre outros troféus, A Mãe recebeu em agosto no 50º Festival de Cinema de Gramado os Kikitos de direção, atriz (Marcélia Cartaxo) e desenho de som. Premiada em 2019 em Gramado também como melhor atriz por Pacarrete (2019), Marcélia brilha mais uma vez no papel de uma mãe-coragem que não mede esforços para encontrar o filho adolescente desaparecido.

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Roteirizado por Burlan e Ana Carolina Marino, o longa fez sua estreia mundial no Festival de Málaga, em março passado. A protagonista Maria é uma mãe solo que trabalha como ambulante no centro da capital paulista e que procura pelo filho Valdo (Dunstin Farias), que pode ter sido assassinado por policiais militares durante uma ação na vila onde moram. A protagonista embarca então em um périplo em busca do rapaz, enfrentando o descaso e a burocracia de instituições como a escola e a polícia.

Porto-alegrense radicado em São Paulo, Burlan conta que desde o início do projeto imaginou Marcélia na pele de Maria: “Um rosto que reflete a dureza da vida, mas também sua inocência e compaixão”. Além da vencedora do Urso de Prata de melhor atriz no Festival de Berlim por A Hora da Estrela (1985), A Mãe conta no elenco também com Helena Ignez, Henrique Zanoni, Ana Carolina Marinho, Kiko Marques, Hélio Cícero, Mawusi Tulani, Che Mois, Tuna Dwek e Carlos Meceni, entre outros.

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Entre os trabalhos de Cristiano Burlan destaca-se a Tetralogia em Preto e Branco, composta pelos filmes Sinfonia de um Homem Só (2012), Amador (2014), Hamlet (2014) e Fome (2015) – este último premiado no Festival de Brasília do Cinema Brasileiro. A Mãe foi rodado em São Paulo no começo de 2020, com locações no centro da cidade e no bairro Jardim Romano, na zona leste. A produção dá continuidade à extensa filmografia de quase 20 títulos do diretor e roteirista, entre documentários e ficções, que na sua maioria dão voz e visibilidade a personagens de comunidades periféricas vítimas da violência e da precariedade social.

“Meu irmão foi assassinado pela polícia em 2001. Dois anos depois, fiz o documentário Mataram Meu Irmão. Em 2012, minha mãe foi morta pelo namorado e em 2017 fiz Elegia de um Crime. Minha história não é uma exceção. A impunidade, o preconceito, a desigualdade, a mídia e os governos transformam essas vidas em números. Mas, por trás das estatísticas, existem irmãos, amigos, mães e filhos”, argumenta Burlan.

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A Mãe: * * *

COTAÇÕES

* * * * * ótimo     * * * * muito bom     * * * bom     * * regular     * ruim

Assista ao trailer de A Mãe:

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