Artigos | Cinema

Uma jovem busca seu lugar no mundo em “Canção ao Longe”

Change Size Text
Uma jovem busca seu lugar no mundo em “Canção ao Longe” Vitrine Filmes/Divulgação

Novo longa-metragem da realizadora Clarissa CampolinaCanção ao Longe (2022) chega aos cinemas nesta quinta-feira (6/7). O drama acompanha a busca de uma jovem negra por sua identidade e seu lugar no mundo.

Na história, a arquiteta Jimena (Mônica Maria) deseja sair da casa em Belo Horizonte que compartilha com a mãe e a avó, onde se sente deslocada. Ela também precisa romper com o pai, um peruano que vive fora do país e com quem mantém uma troca de cartas à distância.

Nesse movimento, Jimena passa a se questionar sobre sua origem, seu corpo, suas escolhas de vida, deparando com o silêncio e a reticência de suas relações familiares. Pelo olhar da protagonista para si própria e para o mundo à sua volta, Canção ao Longe levanta questões sobre classe, família, tradição, raça e gênero.

Esse rito de passagem tardio para a vida adulta é protagonizado pela atriz, artista visual e tatuadora Mônica Maria, em seu primeiro papel em longa-metragem. O projeto do filme começou em 2012, e a entrada de Mônica na produção foi decisiva no desenvolvimento das ideias iniciais e roteiro, que é assinado por Clarissa Campolina, Sara Pinheiro e Caetano Gotardo – diretor, roteirista e ator que acaba de lançar o longa Seus Ossos e Seus Olhos (2019).

“Seus Ossos e Seus Olhos” coreografa a dança dos encontros

“Havia o desejo de trazer para o centro da narrativa o retrato íntimo das relações familiares e sociais, a fim de revelar fissuras e colocar em xeque as estruturas em que nos moldamos. O encontro com a Mônica Maria modificou e enriqueceu as questões a serem trabalhadas no filme. Mônica é uma mulher preta, e a questão racial passou a ser fundamental para a narrativa e todo o processo do filme, desde sua escrita até a pesquisa, produção, ensaios com os atores e atrizes e a relação dos corpos com o espaço urbano”, conta Clarissa.

Vitrine Filmes/Divulgação

A diretora, roteirista, montadora, professora e curadora Clarissa Campolina é sócia da produtora Anavilhana, criada em 2005 por ela na capital mineira ao lado da cineasta Marília Rocha e da produtora Luana Melgaço. Girimunho (2011), seu longa-metragem de estreia codirigido com Helvécio Marins Jr., recebeu prêmios nos festivais de Veneza, Mar del Plata, Nantes e Havana. Em 2022, Clarissa lançou seu segundo longa, Enquanto Estamos Aqui, escrito e dirigido em parceria com Luiz Pretti – que assina a assistência de direção e a montagem de Canção ao Longe.

No elenco, destaca-se ainda o ator Carlos Francisco, de filmes como Bacurau (2019) e Marte Um (2022). O cenário urbano da capital mineira é o pano de fundo de Canção ao Longe, captado pelas lentes do talentoso e premiado diretor de fotografia Ivo Araújo Lopes. Já o desenho de som e a música complementam a proposta de imersão sensorial do filme. Imagens de edificações antigas, viadutos, comércios do centro e novas construções de Belo Horizonte são acompanhadas por uma colorida trilha sonora que inclui as cantoras Juliana Perdigão – interpretando em cena a bela Alguém Cantando, de Caetano Veloso – e Juçara Marçal, um quarteto de música contemporânea experimental e a Orquestra Sinfônica de Minas Gerais, sob a batuta do maestro Sérgio Gomes, tocando a Sinfonia Nº 3, de Schumann.

Vitrine Filmes/Divulgação

Canção ao Longe: * * *

COTAÇÕES

* * * * * ótimo     * * * * muito bom     * * * bom     * * regular     * ruim

Assista ao trailer de Canção ao Longe:

PUBLICIDADE

Esqueceu sua senha?