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Sabedoria africana abraça universo online em projeto de caxienses

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Sabedoria africana abraça universo online em projeto de caxienses Arte do Projeto Ubuntu/Divulgação

À luz da sabedoria africana antiga, que traz à pós-modernidade conceitos de retorno ao que somos e aos afetos que nos são natos, o projeto Ubuntu, concebido das mentes agitadas da designer de moda e empreendedora Fran Hermoza e do artista visual e ilustrador Pedro Henrique Silva, unem seus conhecimentos e vivências e entregam como produto principal a criação de um gibi – tirinhas – original, onde questões áridas como racismo e feminismo serão tratadas de maneira profunda, democrática e cheia de afeto e historicidade.  

“A ideia desse trabalho surgiu após a análise e constatação de que existem sujeitos na nossa sociedade que possuem pouca ou nenhuma voz ativa para intervirem nas instâncias decisórias de poder, pouca visibilidade no cenário social e pouca representatividade nos locais de visibilidade”, explica, Fran, uma idealizadora do projeto. “Acredito que a função do design é solucionar problemas da sociedade de forma criativa e é isso que nos propomos a fazer com o Ubuntu”, finaliza. 

O gibi é o produto principal do projeto, mas as ações vão além dele. Entendendo o momento delicado pelo qual o mundo passa e para dar vazão e a profundidade que os temas necessitam,  será criado um site, como uma narrativa para além das tirinhas. Nesse espaço, educadores, jovens, adultos e artistas terão conteúdos diversos disponíveis para download. O período vigente do site no ar é de um ano. 

A programação ainda contará com dois eventos online: uma mesa redonda com Bruna Letícia, Gabriela Oliveira e Sandra Cecília Peradelles, onde serão debatidos assuntos como luta racial, feminismo e comunicação criativa, e uma oficina de escrita criativa com Bruna Letícia, sob a luz do grande tema O Universo da Literatura de Mulheres Negras

O prazo para execução do projeto, desde sua concepção, desenvolvimento do gibi e site, será de cinco meses. Aos interessados em participar das ações ou em obter mais informações do projeto, basta acessar o Instagram @oestudioubuntu.

Segundo o Prêmio Nobel da Paz Desmond Tutu, o termo Ubuntu teria, em sinônimo, um valor semelhante a “minha humanidade está ligada à sua”.  Em suma, a expressão foi livremente traduzida como “eu sou porque nós somos” e, é, mais que uma expressão, é uma filosofia de vida que compreende solidariedade e respeito mútuo. 

Essa filosofia norteia o projeto, mas abraça, no meio do caminho, a vastidão de saberes africanos, buscando, também, trazer autoestima à mulheres e homens negros por meio do reconhecimento de sua cultura matriz através de palavras de afeto e sabedoria. Termos como Sankofa, que traz a importância do retorno ao passado para a ressignificação do presente, e Ilê Ayê, que remete à casa primeira de todo ser, a Mãe Terra, dentre outros, também têm grande peso na construção e desenvolvimento do projeto. 

Projeto executado através do Edital Criação e Formação Diversidade das Culturas da Fundação Marcopolo, realizado com recursos da Lei Aldir Blanc nº 14.017/20.

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