Música | Notas

Recitais de professores proporcionam integração e apresentações em Pelotas

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Recitais de professores proporcionam integração e apresentações em Pelotas
Na maioria dos festivais pelo mundo, os professores dão aula pela manhã e à tarde estão liberados para voltar aos hotéis. Com o projeto Música de Câmara, essa rotina é alterada no Festival Internacional Sesc de Música. Assim como os alunos, os mestres participam das classes pela manhã e fazem ensaios e apresentações à tarde. Até 31 de janeiro, a população de Pelotas terá a oportunidade de ver gratuitamente encontros de grandes músicos, sempre às 19h, na Bibliotheca Pública Pelotense, além de concertos em outros pontos da cidade. Diretor artístico do evento, o maestro Evandro Matté explica que a ideia do projeto veio da vivência dele como aluno em outros festivais: “Me angustiava muito participar dos festivais e ter uma relação só de aula e concertos de orquestra. Então você não ouvia os professores tocarem. Na aula eles tocam um pouco, mostram as passagens, mas não era uma performance. Então eu tive ideia de estruturar aqui o Música de Câmara, que dá essa oportunidade de os alunos poderem ver e ouvir os professores tocar”. Quem coordena o projeto é o pianista Max Uriarte, que recebe sugestões dos professores e determina quais serão as formações. Além de uma apresentação de altíssimo nível para a comunidade, o projeto proporciona uma integração maior entre os professores, que acabam criando laços de amizade e realizando uma intensa troca cultural. – Isso é uma coisa que todos dizem quando a gente conversa, que aqui é o único festival onde existe uma conexão muito direta e próxima entre os professores e entre os professores e alunos. Em função desses trabalhos de música de câmara, eles têm que se encontrar e fazer ensaios, enquanto em outros festivais eles dão aula e vão para o hotel. Então o tipo de relacionamento e de convívio é diferente. Eles adoram, então temos um ‘problema sério’, pois acabamos fazendo menos apresentações do que eles gostariam. Por eles, tocariam toda hora – explica Matté. O professor de violino Emmanuele Baldini, italiano que mora há 16 anos no Brasil, só não participou de uma edição do Festival. Em nove anos, ele teve a oportunidade de tocar pela primeira e única vez com alguns músicos, como o principal violista da Israel Philharmonic, Roman Spitzer, em 2017. Ele também destaca o intercâmbio cultural e afetivo que o projeto oportuniza: “É sempre uma experiência enriquecedora. Porque é uma troca de experiências, cada um vem com o seu background, com toda a sua experiência passada em vários países, de diferentes lugares e diferentes escolas. Aqui em Pelotas se adiciona mais um elemento, que é a amizade. Uma vez por ano nos encontramos aqui e é maravilhoso, seja do ponto de vista musical, seja do ponto de vista humano”.

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