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Alexandre Ribeiro na série Um Certo Alguém

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Alexandre Ribeiro na série Um Certo Alguém Foto: Lucas Sampaio/Divulgação

O escritor Alexandre Ribeiro é o novo convidado da série Um Certo Alguém, que vai ao ar nesta quinta (10/11), às 13h, no site do Itaú Cultural.

Ele, que tem apenas 20 anos, lançou seu primeiro livro em 2019 em um bate-papo com o público, sessão de autógrafos e batalha de slam, realizados na organização. A obra se chama Reservado e ele a define como uma mistura de Djamila Ribeiro com Manoel de Barros e o povo de Darcy Ribeiro
bailando com o “pretoguês” de Lélia Gonzalez.

Natural de Diadema, mais especificamente da Favela da Torre, antes de lançar seu romance formalmente ele vendeu cerca de 1,4 mil exemplares da obra pelas ruas de São Paulo e da região. O autor começou a trabalhar aos nove anos entregando produtos de limpeza perto de sua casa, ajudou o pai no ramo da construção civil e foi menor aprendiz.

Depois de tudo isso, mesmo com pouca idade, sua maior saudade é do que não conseguiu viver.

— Conhecendo o mundo, venho também me conhecendo, entendendo as lacunas educacionais e culturais que atingem um menino de favela. Sinto saudade de uma educação básica de qualidade, de apoio psicológico, de uma família bem estruturada, de um lugar para chamar de meu país —
complementa.

Ele assinou, no site do Itaú Cultural, a coluna Da Quebrada para o Mundo, de janeiro de 2019 a agosto de 2020, e dividiu ainda, entre agosto de 2017 a dezembro de 2018, um espaço de reflexão com a cantora, compositora e comunicadora Nayra Lays, no mesmo endereço eletrônico.

No dia a dia, o que mais o emociona são as artes. Sobretudo, as pessoas e as cenas cotidianas, de onde ele tira inspiração. “O reluzir dos olhos da mulher que carrega dor e beleza por trás do uniforme. O sorriso da criança que se encanta pela instigante diferença dos caracóis de meus cabelos”.

No amanhã, Alexandre se imagina assim: “um ativista do sonhar e dos saberes, com um centro cultural pulsante na minha quebrada, a Favela da Torre. Longe das telas e perto dos livros.”. Hoje, ele se vê como a cópia da cópia da cópia, que não teve dinheiro para a melhor impressão e virou um original cheio de defeitos.

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