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Juliana Notari na série “Um Certo Alguém”

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Juliana Notari na série “Um Certo Alguém” Foto: IC/Divulgação

Juliana Notari é a nova convidada da série Um Certo Alguém, cuja entrevista sobe no site do Itaú Cultural nesta quinta (21/1), a partir das 13h.

A artista visual, encontrou, há 20 anos, na sede da associação Trapeiros de Emaús, no Recife, 22 espéculos de metal, gravados com o nome Dra. Diva, vem desde então desenvolvendo diversos trabalhos relacionados aos usos do instrumento, abrindo, a partir deles, novos sentidos.

— Sempre me senti meio estranha no mundo, nos gostos, nos hábitos, mas é um estranhamento bom — responde ela entre as três perguntas que recebeu do Núcleo de Comunicação da instituição.

Qual é a história de sua maior saudade? o que o emociona no dia a dia? como você se imagina no amanhã? e quem é? são as questões levantadas semanalmente na série, criada em junho de 2020. Elas abordam passado presente e futuro, de forma a aproximar, a cada nova edição, o público de artistas e pessoas do meio da arte e da cultura.

Atualmente a maior saudade da artista é de Belém, um lugar que visita há anos com frequência.

— Descobri Belém quando expus meu trabalho no Salão de Arte Pará. Aquele lugar me encantou e, de certa forma, mudou minha maneira de produzir e trabalhar — conta.

No dia a dia ela diz que mescla o espaço urbano e áreas mais isoladas em contato com a natureza.

— Na cidade, imersos nesta conjuntura de sociedade neoliberal e neste mundo precário onde todos lutam pela sobrevivência e o tempo se torna dinheiro, me emocionam gestos e pequenas atitudes de pessoas que eu não imaginaria que teriam tal sensibilidade — reflete Juliana.

Ela emenda: “a gente vive tão pressionado por este sistema capitalista que a sensibilidade vira essa poesia que há no ser humano. Na natureza, ela vem dos animais e das árvores, principalmente quando estou só”.

Sobre o futuro ela considera difícil pensar no amanhã. “Ele foi retirado de nós. Não temos a possibilidade de pensar no futuro, principalmente no meio de uma pandemia”, observa a pernambucana, que diante de si mesma sempre se sentiu meio estranha no mundo, nos gostos, nos hábitos, na maneira como se alimenta e comporta.

“Meu apelido na adolescência era Carry, a Estranha. Esse estranhamento me possibilita deparar com a lida cotidiana, faz com que eu me abra para conhecer outros mundos que minha própria obra me apresenta – não à toa sou artista”.

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