Juremir Machado da Silva

E Marta volta ao PT

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E Marta volta ao PT Marta Suplicy volta ao PT | Foto: Rovena Rosa

Enquanto acompanho o desastre da Equatorial em Porto Alegre, vou ao bar carregar o celular e leio também sobre a política nacional. Fico reflexivo.
Marta Suplicy volta ao PT.
Depois de ter namorado com a direita e votado pelo impeachment de Dilma Rousseff, sendo chamada de perua traidora, ela volta por cálculo político.
Do PT e do PSOL.
Entendo que Marta queira voltar para casa. Nada tenho contra reviravoltas.
Mas penso em Dilma e em toda a raiva da esquerda contra Marta.
Por que ela volta?
Para garantir votos na periferia de São Paulo. Cabe à burguesa penetrar na seara do proletariado fechada ao candidato de extrema esquerda. Oi?
Como se diz, estômago de político supera o de avestruz.
Só importa o poder.
A máxima é: o que leva ao poder é bom; bom é o que leva ao poder.

Maria do Rosário em Porto Alegre

Sou admirador da deputada Maria do Rosário. Vejo nela uma deputada competente e uma mulher valorosa, defensora dos direitos humanos.
Mas ela é o melhor nome para ganhar de Sebastião Melo?
A meu ver, o pior nome, aquele que mais é repelido pelo eleitor de centro. Nem falo da direita, pois essa é carta fora do baralho em termos de mudança de voto.
Parece que o PT procura a maneira mais certa de perder mais uma vez.
Sebastião Melo esfrega as mãos. Poderá fazer o papel de moderado apoiado pela extrema direita.
Por que o PT faz isso? Um pouco por soberba. Muito por escolha de uma estratégia duvidosa: apostar tudo na polarização.
A ideia é repetir o confronto Lula versus Bolsonaro e convencer o eleitor de que para salvar Porto Alegre do fascismo bolsonarista só lhe restará votar em Maria do Rosário. Será que cola?
O PT gosta de recorrer ao medo para emparedar eleitores vacilantes. Nesse sentido, é irmão gêmeo da direita.
Manuela, Juliana Brizola e Pedro Ruas não seriam nomes mais promissores? Matheus Gomes não deveria estar na chapa?
Como não tenho partido, posso fazer especulações livres, típicas do jornalismo independente.
Por exemplo, se alguém quiser vencer o Melo pela centro direita, deveria apostar em Any Ortiz.
Ideologia, no sentido mais usado no cotidiano político, é a distorção da realidade por uma lente que deforma os fatos.
Quando a lente fica muito riscada, melhor ver a olho nu.

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