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Tinga é campeã no Carnaval “da retomada”

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Tinga é campeã no Carnaval “da retomada” Desfile do Estado Maior da Restinga. Foto: Pedro Piegas/PMPA

Previsão do tempo: O tempo ainda não firma em Porto Alegre, e as temperaturas oscilam entre 20°C e 29°C.

A Estado Maior da Restinga é a campeã do Carnaval 2023 de Porto Alegre. A escola, que desfilou com o enredo “Bendita és Tu, Anastácia, Negra dos Olhos Azuis”, contou a história da escrava nascida no Brasil e que se tornou símbolo da luta contra o preconceito racial. Em segundo lugar ficou a Unidos da Vila Isabel e, em terceiro, a Imperatriz Dona Leopoldina. A Império do Sol, última colocada entre as 10 escolas da série Ouro, desce para o grupo Prata em 2024. No sentido inverso, a Copacabana, da Bom Jesus, sobe para a elite. 

A presidente da União das Entidades Carnavalescas de Todos os Grupos e Abrangentes, Kelly Ramos, disse ao Sul21 que a festa popular “saiu da UTI”, em alusão ao período conturbado entre o poder público e as entidades carnavalescas na gestão de Nelson Marchezan Júnior (PSDB). Neste ano, as escolas da série ouro receberam 140 mil reais e as da série prata, 80 mil, como apoio da Prefeitura – montante considerado insuficiente, mas fundamental para a realização do espetáculo.

Passado este momento mais difícil, agravado pelos dois primeiros anos da pandemia, a festa deste ano ganhou elogios de gente acostumada ao carnaval carioca, como o ator e compositor Marcelo Adnet, um dos autores do samba-enredo da Realeza. “É o Carnaval mais popular do Brasil e, o Carnaval que mais merece crescer, é esse aqui”, afirmou ao Diário Gaúcho. “Merece todo apoio, das instituições, da prefeitura, do governo. Apoiem e deem carinho para o Carnaval de Porto Alegre e a gente vai corresponder vocês”, pediu. A despeito dos problemas com os foliões dos blocos de rua, a Prefeitura promete começar a organizar a festa do ano que vem já a partir deste mês.

Melo fala em alterar TPU do Porto Seco – Em meio aos desfiles, o prefeito Sebastião Melo (MDB) voltou a mencionar a ideia de ter investidores privados atuando no complexo do Porto Seco, que, quase 20 anos após sua inauguração, carece de estruturas permanentes. Para deixar o local mais atrativo, Melo afirmou a GZH que quer alterar o Termo de Permissão de Uso do local, que hoje prevê receber apenas eventos carnavalescos. “Essa região tem tudo para fazer algo que eleve a alma da cidade: uma exposição de automóveis, uma feira gastronômica, shows etc. Surgindo parceiros, eu topo na hora”, comentou.


O que mais você precisa saber

Obras no prédio do antigo Cine Imperial devem ser retomadas neste ano – As obras do projeto Caixa Cultural em Porto Alegre devem ser retomadas neste ano. O banco confirmou que um processo de licitação está em fase de “habilitação técnica”, quando as empresas classificadas na concorrência devem comprovar sua capacidade de realizar os serviços. Depois disso, com a contratação efetivada, a revitalização será retomada. A estimativa é de 15 meses para a conclusão do projeto, cuja execução se arrasta há quase duas décadas. A obra, em um dos prédios históricos da Praça da Alfândega, onde funcionou o antigo Cinema Imperial, está parada desde 2007. Pelo projeto, por meio de um investimento de 18 milhões de reais, a Caixa vai fazer um teatro onde era o cinema e irá ocupar os primeiros três andares para atividades artísticas e de incentivo ao desenvolvimento cultural. Os sete pavimentos superiores serão entregues à Prefeitura, que pretende instalar setores do serviço público no local.

Estudo indica que mulheres ganham quase 40% menos que homens no RS – Um levantamento do Data Social da PUCRS indicou que mulheres ganham em média 37% menos do que os homens, mesmo que tenham nível de escolaridade mais avançado. A pesquisa, baseada em dados do IBGE, apontou que cerca de 31% das mulheres ocupadas tinham ensino superior completo, contra 21% dos homens. Porém, eles recebem em média 2,7 mil a mais que elas. Numa realidade que pouco se alterou na última década, a diferença salarial se mantém mesmo na comparação entre homens e mulheres com experiências profissionais, carga horária e funções semelhantes. A vantagem deles é em média 24% maior. O RS, segundo o estudo, é o quarto estado com maior diferença salarial entre gêneros. O governo federal ficou de apresentar amanhã, Dia Internacional da Mulher, um projeto para garantir a igualdade de salário entre homens e mulheres no Brasil.

MP pede condenação por dano moral coletivo do vereador de Caxias – O Ministério Público do RS em Caxias ajuizou ontem ação civil pública contra o vereador Sandro Luiz Fantinel pelas declarações racistas proferidas na Câmara do município. O pedido é que o parlamentar, que corre risco de ser cassado, seja condenado a pagar 300 mil reais a serem destinados ao Fundo para Reconstituição dos Bens Lesados. Na ação, o MP destaca que o vereador “incitou a população à prática de discriminação, preconceito e discurso de ódio” contra nordestinos. O discurso de Fantinel aconteceu após o resgate de mais de 200 trabalhadores explorados em Bento Gonçalves há duas semanas. O grupo havia sido contratado pela terceirizada cujo dono é o empresário Pedro Augusto Oliveira de Santana, perfilado pelo jornal Pioneiro. Em contraste às cenas descritas das condições do alojamento, Santana é conhecido na serra como empresário bem sucedido, colaborador do futebol local, apoiador de iniciativas locais e até generoso com seus funcionários. Na operação de resgate, ele chegou a ser preso, mas foi solto após pagar fiança de quase 40 mil reais.


Outros links:


Um passeio pelos inferninhos da capital

Tem folhetim novo na Parêntese. O primeiro capítulo de Inferninho, assinado por Tiago Maria, foi publicado no sábado, quando a revista também apresentou o escritor do Sarandi em uma entrevista concedida à editora Nathallia Protazio. A seguir, um trecho do capítulo Diabas, pra entrar no clima: 

Outra coisa que não disse é que o meu amigo, além de desastrado, trovador, mentiroso profissional e geniozinho, é também um putanheiro de carteirinha. De carteirinha, mesmo. Uma época, chegou a ter quarto vip em simultâneo no Madrigal, no Gruta e na Tia Carmem. Isso mais recentemente, porque as farras nos brega da vida começaram bem cedo. Herança do pai, ele que nos levava em tudo que era cabaré da rota romântica ali, Farrapos, Voluntários e arredores, enquanto os nossos amigos no máximo assistiam o cine privê da Band. Por isso que a nova promoção da Diabas era, nas palavras do Tropeço, “IM-PER-DÍVEL, parça!”. Uma semana inteira rodando os inferninho de Porto sem pagar nada, zero oitocentos, tudo pela FIFA, FREE, a rádio ia bancar tudinho. E o melhor, com direito a um acompanhante. “Tá pra nóiz!”.

Leia o capítulo completo aqui.


Cultura

“Belas Promessas” confronta ambição e lealdade na vida pública

Pandora Filmes/Divulgação

Os bastidores duros e cruéis do cotidiano na política são o tema de Belas Promessas (2021), protagonizado por uma dupla de grandes nomes do cinema francês contemporâneo: Isabelle Huppert Reda Kateb. Exibido na mostra Horizonte do Festival de Veneza, o longa dirigido por Thomas Kruithof está em cartaz nos cinemas. Leia a resenha de Roger Lerina.

Agenda (🔒)

Orquestra Filarmônica da UFRGS inicia a temporada 2023 de concertos, às 19h, no Salão de Atos da universidade.

Às 19h, o projeto Chapéu Acústico da Biblioteca Pública do RS apresenta o espetáculoA Bossa Nova É Negra, com a cantora Marguerite Silva Santos.

A jornalista e pesquisadora Christa Berger, autora do livro Jurema Finamour, é a convidada do Sarau Elétrico, no Bar Ocidente, às 21h, com o tema “Mulheres Apagadas”.

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Você viu?

Como o reconhecimento de um passado familiar escravista impacta na forma como pessoas brancas entendem a sua identidade racial? A dissertação da pesquisadora da UFRGS Júlia Landgraf buscou responder a essa pergunta investigando o caso da família proprietária da Fazenda da Tafona, localizada na cidade de Cachoeira do Sul. No século XIX, a propriedade utilizava mão de obra de pessoas escravizadas. Hoje, a fazenda é tombada e a família mantém um projeto de visitas educativas para falar a respeito da escravização ocorrida no local. A pesquisa é inserida no campo de Estudos Críticos da Branquitude, que estimula pessoas brancas a refletirem sobre privilégios raciais.

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