Porto Alegre soma 268 casos suspeitos de leptospirose
A baixa do Guaíba vai revelando um problema sanitário prenunciado: casos de doenças provocadas pelo contato com as águas e a lama das enchentes. Até esta segunda-feira (20), havia 268 casos suspeitos de leptospirose em Porto Alegre, segundo a Secretaria Municipal de Saúde (SMS).
O volume de casos em menos de seis meses equivale a praticamente o total de casos suspeitos registrados ao longo do ano passado entre residentes da capital: 270, dos quais 68 diagnósticos se confirmaram. Não houve óbitos relacionados à doença em 2023.
Apesar do número reportado até agora em 2024, a SMS informou que a maioria dos casos são leves e não demandam internação hospitalar. A pasta também investiga casos isolados de diarreia na população, mas não disponibilizou dados.
Quem apresenta febre, dor de cabeça e dores no corpo, em especial nas panturrilhas, alguns dias após o contato com água de enchente ou esgoto, deve procurar imediatamente o serviço de saúde mais próximo, conforme orientação da SMS. O diagnóstico e o tratamento precoces são importantes para o êxito da recuperação e há tratamento via SUS.
A projeção de crescimento de casos de leptospirose, diarreia, tétano e hepatite devido às enchentes foi feita à Matinal pela chefe da Divisão de Vigilância Epidemiológica do Centro de Vigilância em Saúde do RS, Roberta Vanacôr. Ações de contenção, como medidas de prevenção voltadas aos voluntários dos resgates, estavam sendo preparadas para atender os resgatistas logo nos primeiros dias de trabalhos.
RS confirmou primeira morte por leptospirose após enchentes nesta semana
Na segunda-feira, a Secretaria Estadual da Saúde (SES) confirmou a morte por leptospirose de um homem de 67 anos, morador de Travesseiro – um dos municípios que está em situação de calamidade pública atualmente. A vítima faleceu na sexta-feira (17), enquanto os primeiros sintomas se manifestaram na semana anterior, no dia 9.
De acordo com a SES, não foi a primeira morte por leptospirose neste ano no estado – outras seis haviam ocorrido até a segunda quinzena de abril –, mas essa foi a primeira após o início das enchentes. Desde as inundações, o estado investiga 304 possíveis ocorrências da doença e contabiliza 19 casos confirmados de leptospirose. Até 19 de abril, antes da cheia dos rios, a SES registrou 129 casos da doença.
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