Com ciclovia bloqueada, ciclistas se arriscam próximos à PUCRS por causa de obra

EPTC instalou sinaleira no local, mas intervenção acaba sendo ignorada por maioria no dia a dia; Carros podem passar ao lado a 60km/h

Um problema que ocorreu no ano passado voltou a se repetir recentemente nas imediações da PUCRS, na Zona Leste de Porto Alegre. A ciclovia da Ipiranga foi novamente bloqueada por conta da construção de uma ponte em frente ao Parque Esportivo da universidade. Apesar de ter uma sinaleira instalada no local, ciclistas e pedestres se arriscam ao passar pelo trecho num curto espaço entre o tapume e a faixa da esquerda da via.

O bloqueio da ciclovia e a colocação dos tapumes foram solicitados pela empresa CNN Engenharia, que está com licença para a obra até o mês que vem, conforme a Empresa Pública de Transporte e Circulação (EPTC). Aos ciclistas – e pedestres que eventualmente utilizam a ciclovia – a orientação é que atravessem a rua e usem a calçada no trecho entre a entrada da PUCRS e a Avenida Cristiano Fischer. Uma sinaleira foi instalada no local em novembro do ano passado, cerca de dois meses após o Matinal fazer uma matéria sobre um primeiro bloqueio feito no mesmo ponto.

No entanto, num curto intervalo ao fim da tarde desta quinta-feira, a reportagem do Matinal flagrou pelo menos três ciclistas e um corredor preferindo passar entre o tapume e a pista do que atravessar a rua, expondo-se ao risco de atropelamento, em ambos os sentidos. A EPTC garante ter sinalizado a alteração na ciclovia. Não há, porém, nenhum desvio para os motoristas que trafegam pela Ipiranga. Especialistas em trânsito consultados pela redação recomendariam um bloqueio aos automóveis no mesmo tamanho da ciclovia.

Na semana passada, o Matinal publicou uma reportagem sobre como a redução de velocidades máximas tem potencial para diminuir vítimas no trânsito. “Quanto menor a velocidade, menos lesões, menos lesões graves e menos mortes”, resumiu a diretora financeira da União dos Ciclistas do Brasil, Ana Luiza Carboni. Uma pessoa atropelada por um carro a 30 km/h tem 90% de chance de sobreviver. Já se o automóvel trafega a 50km/h, o índice cai para menos de 20%. Naquele trecho da Ipiranga, a velocidade máxima é de 60 km/h.

Conforme a PUCRS, a obra da nova ponte deve ser concluída em maio, “data a ser acertada entre a reitoria da PUCRS e a Prefeitura de Porto Alegre”.

• Posicionamentos

• EPTC

O bloqueio no canteiro junto ao talude do arroio Dilúvio na avenida Ipiranga em frente à nova saída do Hospital São Lucas da PUC, solicitado pela empresa CNN Engenharia da Construção Ltda., está autorizado e com licença de obra na via pública até o mês de abril. Inicialmente a EPTC não autorizou o bloqueio da ciclovia no trecho, mas em razão do andamento da obra foi necessário ampliar a área de trabalho. A ciclovia está devidamente sinalizada sobre o bloqueio. Para garantir a segurança viária, foi implantada no local uma travessia de ciclista semaforizada para que os usuários possam acessar o outro lado via e seguir até a esquina da avenida Cristiano Fischer, quando podem retornar à ciclovia. Orientamos que os pedestres e ciclistas não utilizem a passagem estreita junto à obra para seus deslocamentos.

• PUCRS

As obras da nova ponte sobre o Arroio Dilúvio iniciaram em agosto de 2022 e têm previsão de término em maio de 2023, data a ser acertada entre a reitoria da PUCRS e a Prefeitura de Porto Alegre. Para a execução das obras, a PUCRS implantou um bloqueio que foi aprovado junto à Empresa Pública de Transportes e Circulação (EPTC). No local, foi colocada uma sinaleira para a travessia dos ciclistas, com faixa de segurança para que seja possível atravessar em segurança em direção ao Campus Universitário, retornando à ciclovia na sinaleira da esquina da Rua Prof. Cristiano Fischer.