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Especialista comenta “política de enxugar gelo” no combate ao conflito entre facções na Capital

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Especialista comenta “política de enxugar gelo” no combate ao conflito entre facções na Capital Os jornalistas Marcela Donini e Juremir Machado entrevistaram o escritor e repórter Renato Dornelles (centro) (Reprodução YouTube)

 A guerra entre facções em Porto Alegre, que deixou ao menos 25 mortos em um mês, afetando o dia a dia de comunidades periféricas como a Vila Cruzeiro, foi o tema da última live do Matinal Jornalismo, que contou com a participação do jornalista e escritor Renato Dornelles. Acompanhando a trajetória do crime organizado na Capital e região metropolitana há 30 anos, ele destacou que essa “batalha” entre grupos criminosos tem origem antiga na guerra do crime organizado. “Esse tipo de conflito vem se acentuando desde o início dos anos 2000, com auge nos anos 2016 e 2017, e agora foi retomado. As peças do tabuleiro se alternam, às vezes é a facção A contra a B, ou a C contra a A, mas é uma mesma guerra, por controle principalmente do tráfico de drogas”, explicou. 

A onda de violência recente nas ruas da Capital, que, segundo a Secretaria Estadual da Segurança, já teria cessado, também é fruto do descaso do Estado, principalmente no que diz respeito à administração da Cadeia Pública, disse Dornelles, que destacou que as polícias fazem o trabalho possível com os investimentos feitos na segurança pública ao aumentar o policiamento nas regiões onde ocorreram as mortes e investigar os líderes, mas que isso é temporário. “O policiamento não vai ficar aumentado na região o resto da vida. Por isso essa sazonalidade. A guerra volta, o tráfico continua, as facções seguem interessadas em aumentar seu faturamento. Por isso chamo de política de enxugar gelo”, afirmou o jornalista, que codirigiu o documentário Central: O Poder das Facções no Maior Presídio do Brasil (2017), em parceria com Tatiana Sager.

Segundo ele, a falta de um projeto que retome o controle do Estado nas prisões facilita a proliferação da violência. Ele comentou ainda sobre as promessas de demolição do Central feitas por diferentes gestões estaduais: “Sempre tenho o pé atrás com isso. Desde o Antonio Britto, o único governador que não prometeu desativar o Central foi o Olívio Dutra”.

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