Porto Alegre é a cidade da região sul com mais beneficiários do Bolsa Família
Os dados sobre a distribuição do Bolsa Família em agosto colocam Porto Alegre entre as 20 cidades com maior número de famílias beneficiárias do programa — um indicador que lhe rende o posto de município mais dependente do benefício entre todos os 1.191 na Região Sul. Segundo o Ministério do Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome, 79.127 famílias da Capital estão cadastradas para receber o pagamento do governo.
O cenário de pobreza contrasta com os dados do IBGE sobre o salário médio mensal do trabalhador porto-alegrense, listado como o 20° maior do país. Para o sociólogo Vinicius Rauber e Souza, doutor em Políticas Públicas pela UFRGS, a situação evidencia a falta de investimento em proteção social em Porto Alegre. Ele lembra que a gestão Melo destinou o menor orçamento da década à área, o que pode ter contribuído para que a Capital tenha superado cidades mais populosas, como Curitiba e Goiânia, na demanda pelo benefício.
“É esperado que Porto Alegre seja um dos municípios com mais famílias beneficiadas pelo programa. Trata-se, afinal, de uma das cidades mais populosas do país. Os dados fornecidos pelo governo ainda são preliminares, mas mesmo assim preocupa que uma rede de assistência social como a de Porto Alegre, que já foi referência no país, sofra com o descaso dos últimos dois governos”, destaca o professor.
Cinco cidades reúnem quase 30% dos beneficiários no RS
Entre os três estados da Região Sul, o Rio Grande do Sul é o que tem mais famílias atendidas — totalizando 612.553 pagamentos. A proporção de beneficiários no Estado, entretanto, é a terceira menor do país, atrás apenas de Paraná e Santa Catarina. Cinco municípios concentram mais de um quarto das famílias atendidas: Porto Alegre, Pelotas, Canoas, Viamão e Gravataí somam 27% dos cadastros. A região sul recebe em agosto um repasse de R$ 982,77 milhões em verba do Bolsa Família, dos quais R$ 52 milhões são destinados à Capital.
Relançado em substituição ao Auxílio Brasil, o Bolsa Família prevê um mínimo de R$ 600 mensais para cada família beneficiária. Estão aptas a receber o valor as famílias com renda mensal de até R$ 218 por integrante. Caso haja melhora nas condições financeiras e a renda por pessoa ultrapassar o critério de entrada no programa até o limite de meio salário-mínimo, o governo, por meio da recém-lançada Regra de Proteção, pode manter o pagamento de 50% do benefício por mais dois anos.