Força-tarefa de prevenção contra incêndios terá início na Restinga

Porto Alegre tem registrado mais de uma ocorrência por dia desde meados de dezembro. Força-tarefa visitará 17 regiões

Pouco mais de duas semanas após apresentar dados que indicaram o crescimento expressivo em incêndios em residências e vegetação de Porto Alegre, uma ação conjunta da Prefeitura começará a levar materiais educativos e preventivos a comunidades da Capital. A primeira parada será na Restinga nesta terça-feira, dia 31 de janeiro. Com programação até o começo de março, as equipes vão percorrer as regiões próximas às 17 subprefeituras da cidade.

A expectativa é visitar 170 famílias no primeiro dia de trabalho. “Essa ação busca neste momento ampliar sobretudo a conscientização das famílias em relação aos riscos das ligações elétricas irregulares e do manuseio incorreto do fogo”, explica o diretor do Departamento Municipal de Habitação (Demhab), André Machado. 

A força-tarefa que visitará as comunidades será formada por representantes da Secretaria de Governança Local e Coordenação Política, do Demhab, Defesa Civil, CEEE Equatorial, Corpo de Bombeiros e conselheiros do Orçamento Participativo. O grupo irá orientar e distribuir material informativo sobre medidas de prevenção contra incêndios.

Bombeiros combatem um incêndio por dia em janeiro

O alerta sobre o alto índice de incêndios neste verão foi tema de uma apresentação coordenada pelo em 13 de janeiro. Na ocasião, um levantamento foi apresentado, constando que entre 17 de dezembro de 2022 e 13 de janeiro deste ano, foram registrados 43 incêndios em casas da Capital – uma das ocorrências deixou duas crianças mortas em uma ocupação na Zona Norte. O número é quase o dobro do mesmo período do ano anterior, quando os casos totalizaram 22.

De 13 a 30 de janeiro, mais 16 incêndios foram registrados em Porto Alegre, praticamente uma ocorrência a cada 24 horas – elevando a 59 o total de registros desde o início do levantamento da Prefeitura, 45 dias atrás. No último dia 25 de janeiro, o fogo consumiu uma casa no bairro Jardim Carvalho e vitimou duas pessoas, que eram mãe e filho.

Lareiras e “gatos”

De acordo com os bombeiros, os indicativos que explicariam as altas nos registros de incêndios eram quanto ao uso de lareiras, em substituição ao gás de cozinha, e a redes elétricas mal montadas, feitas, em muitos casos, pelo desvio irregular da rede, o chamado “gato”. Além disso, muitas das casas atingidas são de madeira, o que faz as chamas se espalharem mais rapidamente. 

Os agentes escalados para as operações, porém, não irão visitar as comunidades em caráter de fiscalização, segundo a Prefeitura. O objetivo é orientação para evitar novos registros de incêndios. “Enquanto não temos capacidade de desenvolver um grande projeto de melhoria habitacional, reassentamento de acordo com a necessidade de cada comunidade, para poder garantir melhores condições de habitação, a gente precisa preservar aquilo que essas pessoas têm de mais importante, que é a vida”, salienta Machado.

O Corpo de Bombeiros reitera que, diante de um incêndio, não importa a proporção, a população deve ligar imediatamente para o número 193.