Angicos, flamboyants e salsos-chorão
Caminhar sem precisar correr, sem acelerar o passo, sem precisar segurar a bolsa a ponto de esquecer de tirar quando chegar em casa. Ou se despreocupar de viver pensando em lugares para esconder dinheiro e celular no corpo e até mesmo de estar vigilante o tempo todo tem muito valor. Não tem preço, como dizia uma antiga propaganda de banco que circulava por aí.
Ver as crianças correndo na rua, observar o vento sacudindo as árvores, a revoada de pássaros entre um angico e outro em meio aos carros, buzinaços e aquele gritedo típico por aqui: Ei, tchê!!!
Eu por vezes esqueço que essa possibilidade de vida existe, e ela só existe e resiste em lugares onde a vida tem outro ritmo, as relações têm propósitos e tempos diversos, até pode pecar no respeito ao outro e à diversidade, porém o tempo tem gosto de calmaria.
Ao caminhar pelas ruas da minha cidade natal – Uruguaiana, fronteira oeste do Estado -, em especial nos fins de tarde, ainda é possível observar costumes antigos, pelo menos por aqui são antigos, e ao mesmo tempo apreciar as novidades funcionando junto, de forma harmônica e cheia de graça.
[Continua...]