Gol de quem?
Confesso que futebol nunca foi minha praia. Na escola eu jogava por obrigação – a participação em quadra garantia nota –, e no campinho do bairro eu era o último a ser escolhido em uma seleção feita muito mais por amizade do que por intimidade com a pelota. Também não compensei essa deficiência me especializando em escalações e análise de jogos para discutir em mesas de bar. Acrescento que não sofro com a rivalidade tacanha e irracional dos torcedores gaúchos que nascem gremistas ou colorados antes mesmo de terem o nome escolhido. Enfim, tenho mais ouvido para a música do que pé para futebol.
Com esse preâmbulo, corro o risco de ganhar mais detratores do que simpatizantes. A sorte é que essa incursão é sobre música. E música une multidões, desperta paixões e aflora rivalidades. Como o futebol. Atendo-me a essa linha de raciocínio, pergunto: o que faz um sujeito para suprir a carência esportiva que está no DNA de todo brasileiro? Fácil, cria seu próprio campeonato.
[Continua...]