Crônica

Nova rua do Moinhos de Vento

Change Size Text
Nova rua do Moinhos de Vento

Dizem que o processo de imbecilização é lento. 

Uma ponta do iceberg visível a olho nu. Quem dera que a gente pudesse evoluir como certas pessoas que admiramos. 

Porém, é impossível morar em Porto Alegre e não se sentir um idiota. 

Talvez “idiota” seja uma palavra muito forte e algumas pessoas possam se sentir ofendidas, peço desculpas. 

Desrespeitadas, assim fica mais óbvio o quão idiotas somos. 

Volta e meia me questiono: o que faz uma pessoa sair da Restinga e ir gritar “Fora STF” no Parcão? Não duvido que seja verdadeira a sua manifestação, mas fico em dúvida sobre sua capacidade cognitiva.

Vai ver, é a mesma coisa que faz alguém querer empurrar goela abaixo sua patente militar. Como a vereadora Nádia. 

Diga-se de passagem, essa mulher, que não é feminista e nem defende mulheres, agora resolveu homenagear idiotas.

Ela é uma frequentadora do Parcão. Lugar conhecido como “Ninho da Serpente Fascista” na capital, mas nem sempre foi assim. 

Aquela área nobre da cidade já foi até campo, ou seja, um lugar pra se pastar aos domingos.

Agora, adoraria ouvir a explicação da Nádia sobre querer colocar o nome do Olavo de Carvalho numa rua, do bairro Santa Tereza. 

Um sujeito que odiava pobre, adorava torturadores e era mentor desse presidente.

Alguém que gostava tanto do Brasil que morava fora dele, um idiota tão distante da realidade que afirmava que a terra era plana. 

Por favor, meu amigo Marck B alertou sobre isso num post e o Leonel Rahde fez isso em sessão plenária, na Câmara de Vereadores.

O que Olavo fez pela capital pra merecer ser nome de rua, além de distribuir ódio e desestabilidade entre classes? Propagou ódio e enganou pessoas com problemas de cognição.

Que escracho é esse a que assistimos sentados, sem reação? Que impotência é essa, em que políticos de segunda classe nos humilham desta maneira?

Minha mãe dizia de um limão se faz uma limonada. Então, quem sabe a gente aproveita a data e dá um golpe no golpe?

Não tem como apoiar essa gente que ignora os problemas da cidade. Não tem como seguir agindo como se Porto Alegre fosse a Terra do Nunca. 

Vivemos problemas sérios como saneamento básico, segurança, mobilidade, saúde, educação. E no meio do caos, precisamos debater sobre nome de rua?

A Nádia, vereadora que concorre ao Senado Federal, é uma versão recauchutada da Ana Amélia Lemos. Não se deixem enganar, ela é também é uma raposa da política gaúcha.

Então, deixo aqui minha humilde sugestão. Já o que um dos bairros mais nobres da cidade idolatra tanto o presidente e o seu guru, vamos trocar o nome de uma das ruas do bairro Moinhos de Vento: em lugar de Padre Chagas, vamos chamar de rua “Olavo de Carvalho”. Afinal de contas, todo mundo sabe que a rua é plana. 

O que acham?


Antonio Padeiro – Cria da Vila Cerne, subúrbio da grande Porto Alegre. Ganhou o apelido de Padeiro nos tempos em que vendia pão na vila que morava. Se aventurou no mundo da arte mesmo sem saber qual era o seu papel. Passou pela música, teatro, cinema e televisão, mas por gostar de ler e contar histórias terminou se envolvendo com a literatura. Hoje, graduado em Letras, divide seu tempo entre suas duas paixões: a escrita e os documentários. Duas belas formas de contar uma história.

RELACIONADAS
ASSINE O PLANO ANUAL E GANHE UM EXEMPLAR DA PARÊNTESE TRI 1
ASSINE O PLANO ANUAL E GANHE UM EXEMPLAR DA PARÊNTESE TRI 1

Esqueceu sua senha?

ASSINE E GANHE UMA EDIÇÃO HISTÓRICA DA REVISTA PARÊNTESE.
ASSINE E GANHE UMA EDIÇÃO HISTÓRICA DA REVISTA PARÊNTESE.