Pedro Weingärtner: do século XIX para as redes sociais
Artista cuja produção se faz presente em museus e acervos nacionais e principalmente em coleções particulares foi um dos grandes nomes da pintura acadêmica brasileira na virada do século XIX para o século XX. Pedro Weingärtner (1853-1929) foi pintor, desenhista, litógrafo, professor e um dos mais importantes artistas da transição do Império para a República. Sua vasta obra com temas de gêneros e costumes, retratos e paisagens estará disponível através de um projeto online que busca recuperar o legado e a história do pintor por meio de imagens e textos. A novidade foi pensada por conta dos novos modelos de interação construídos pela internet e pelas redes sociais. A intenção é aproximar a obra pictórica de Weingärtner e também contar a sua história não só para os amantes da arte, mas para o público em geral.
Mas quais caminhos Weingärtner trilhou para se tornar um artista visual no século XIX? Natural de Porto Alegre, Weingärtner vinha de uma família de descendentes alemães, e seu primeiro contato com as artes plásticas se deu junto do pai, do tio e do irmão, sendo que o último foi fundador de uma importante litografia. Apesar da família vivenciar a rotina artística, foi com o pintor fluminense Delfim da Câmara (1834-1916), que na ocasião morava na capital gaúcha, que Weingärtner teve as suas primeiras lições. Contrariando seus contemporâneos, que começavam os estudos na Escola Imperial de Belas Artes, no Rio de Janeiro, Weingärtner, aos 24 anos, decidiu se aperfeiçoar na Europa. Por conta própria, deixou a capital gaúcha, a contragosto da família, desembarcou na Alemanha em 1878, e foi lá que começou seus primeiros estudos sobre anatomia humana.
Weingärtner tinha algo mais a seu favor além do talento: havia a facilidade de se comunicar em outros idiomas. O pintor dominava o alemão, língua de seus pais, e compreendia italiano e francês. Assim, quando chegou na Alemanha, Weingärtner passou pelas Escolas de Belas Artes nas cidades de Hamburgo, Baden e Karlsruhe. Contudo, as dificuldades financeiras surgiram, e foi só com a ajuda de alguns amigos e mecenas que, em 1882, o jovem artista mudou-se para Paris. Lá matricula-se na prestigiada Académie Julian, onde desenvolveu a técnica da pintura acadêmica sob orientação de professores considerados grandes nomes do estilo neoclássico na época, como Tony Robert-Fleury (1837-1911) e Willian Adolphe Bouguereau (1825-1905).
Em Paris, Weingärtner absorveu bastante conhecimento e aprimorou sua técnica, produzindo obras com temas mitológicos e clássicos. Vendo as dificuldades pelas quais passava, consta que Bouguereau foi quem escreveu uma carta destinada ao Imperador Dom Pedro II (1825-1891) pedindo ajuda financeira ao artista gaúcho. Graças a esse intermédio, a pensão oficial do Império foi concedida, e assim Weingärtner pôde se instalar, em 1886, na cidade de Roma, onde abriu seu primeiro ateliê.
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