Sem anistia

Sem anistia e sem perdão. Em um ato pela democracia, professoras, mães, pais, crianças, trabalhadores e estudantes reuniram-se no Centro de Porto Alegre, no dia 9 de janeiro. Cantaram em uma só voz para pedir aquilo que muito faltou nos últimos quatro anos: justiça. No dia anterior, em Brasília, uma maré golpista verde e amarela invadia os prédios do STF, Congresso e Palácio do Planalto e destruía tudo o que via pela frente. Um claro ataque à democracia.

Depois de iniciar o ano cheia de esperança, com um alívio que só veio com a mudança do governo federal e uma emoção que há muito estava guardada no peito, não foi fácil ver as cenas de terror e ódio capturadas pelas lentes dos fotojornalistas na Praça dos Três Poderes. Eles acompanharam o caos e reportaram em imagens o terrorismo causado por apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro. 

O ato no centro de Porto Alegre veio, novamente, como um respiro em meio ao caos. No entardecer de segunda-feira, vi professores carregando suas bandeiras, estudantes universitários levantando seus cartazes, crianças e adultos marchando e senhorinhas nas janelas dos prédios sacudindo tecidos com o rosto do presidente Lula. Numa caminhada pela democracia, lotada de pessoas que perderam muito nos últimos anos, o mais impactante foi ver exemplares da constituição brasileira sendo erguidos, em um gesto que grita para que a democracia permaneça viva.

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