Na busca pela “alma”, cidades precisarão se reinventar no pós-pandemia
Pesquisador da história de cidades ao redor do mundo, Joel Kotkin projeta núcleos urbanos menos densos em nome de maior qualidade de vida
“As cidades perderam sua alma.” É o que enxerga hoje o geógrafo norte-americano Joel Kotkin. Diretor-executivo do Instituto de Reforma Urbana de Houston e professor da Universidade de Chapman, na Califórnia, o geógrafo norte-americano é pesquisador do desenvolvimento dos núcleos urbanos ao longo da história e autor de livros sobre o tema, incluindo “A Cidade: Uma História Global” e, mais recentemente “The Coming of Neo-Feudalism: A Warning to the Global Middle Class” (ainda sem tradução para o português). Kotkin acredita que a pandemia irá acelerar mais um novo processo de transformação das cidades em um futuro próximo.
“A maior criação da humanidade foi suas cidades. Elas representam a extrema realização de nossa imaginação enquanto espécie, atestando nossa capacidade de reformar o ambiente natural das maneiras mais profundas e duradouras”, afirma o professor, no livro “A Cidade”, que passa o panorama da formação, auge e declínio de diversas metrópoles ao redor do globo. Desde a Mesopotâmia até os dias atuais, passando, claro, por Roma, a “primeira megalópole” da humanidade, o autor traça semelhanças e diferenças desses lugares em diferentes períodos. Para ele, tanto no Ocidente quanto no Oriente, os núcleos se formam a partir de três pilares: espiritual, político e econômico.
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