Entrevista

“O mercado resolve”, diz Sebastião Melo sobre questões sociais

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“O mercado resolve”, diz Sebastião Melo sobre questões sociais Foto: Lucas Gonçalves/Cubo Play

Em entrevista exclusiva ao Grupo Matinal, prefeito de Porto Alegre reafirma defesa das parcerias com a iniciativa privada

O mandato de Sebastião Melo (MDB) tem sido marcado pelas concessões à iniciativa privada. Muitas ainda estão em elaboração, como a concessão parcial do Departamento Municipal de Água e Esgoto (Dmae). Pelo menos uma das suas tentativas foi frustrada: depois de muita pressão popular e de ambientalistas, o projeto que passaria para um ente privado a gestão da Redenção foi suspenso.

Em entrevista gravada no dia 26 de abril, o prefeito de Porto Alegre voltou a defender essas “parceirizações”, como ele prefere chamar. Realizada em parceria com a produtora Cubo Play, a conversa foi apresentada pela editora-chefe do Matinal, Marcela Donini, e contou com a participação do editor-executivo da Parêntese, Luís Augusto Fischer, e dos jornalistas Juremir Machado e Carlos Caramez.

Ao falar sobre a aliança de “centro-direita” que fez nas eleições de 2020, Melo definiu seu governo como “liberal social” e defendeu o empreendedorismo como único caminho para solucionar os problemas sociais da cidade. “Eu tenho convicção que só o empreendedorismo me dá a condição de proteção social. Sem dinheiro no caixa, não tem proteção social. Nós somos um governo liberal social, se eu pudesse definir”, afirmou.

Foto: Lucas Gonçalves/Cubo Play

Melo foi questionado sobre sua aproximação com o bolsonarismo. Além de ter aberto seu voto em Jair Bolsonaro no segundo turno das eleições de 2022, o prefeito de Porto Alegre apoiou Onyx Lorenzoni (PL) para o governo do Estado. Vale lembrar que o ex-ministro de Bolsonaro concorreu contra a chapa de Eduardo Leite (PSDB) e Gabriel Souza, que faz parte da mesma legenda de Melo, o MDB. “Eu votei no Bolsonaro, mas não sou bolsonarista”, afirmou. E complementou: “Eu sou pessoa de um partido só, apesar que eu acho que os partidos todos acabaram, na grande maioria. Sobraram pessoas nos partidos, que são mais cartórios eleitorais do que outra coisa”.

Na pauta do urbanismo, Melo defendeu o adensamento nas áreas centrais da cidade, onde estão concentrados os equipamentos públicos e maior variedade de serviços. Segundo o prefeito, alguns projetos de habitação social, que contam com incentivos nos programas já em vigor para o Centro Histórico e 4º Distrito, estão em análise. Sem dar detalhes, afirmou que “o mercado é quem vai resolver” a questão. Questionado sobre se o mercado privilegiaria a população mais pobre, reafirmou: “tem mercado pra tudo. Tem construtora que constrói apartamento para vender a 600, 400, 300 (mil) ou 5 milhões. Eu sou favorável ao mercado”.

O tema da habitação social foi uma sugestão recebida pela redação de um de nossos leitores, que enviaram perguntas sobre assuntos diversos, entre eles, as podas de árvores feitas aparentemente de forma indiscriminada. A questão também foi pauta na entrevista, que durou uma hora e ainda abordou outros tópicos importantes para a cidade, como a extinção da Carris e o Plano de Ação Climática.

Veja a entrevista na íntegra:

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