Memória

1810-1820: Os primeiros solares e sua história

Change Size Text
1810-1820: Os primeiros solares e sua história
PORTO ALEGRE 250 ANOS:  HISTÓRIA, FOTOGRAFIA E REPRESENTAÇÕES Nas primeiras décadas do séc. XIX (1800-1820), Porto Alegre recebeu alguns equipamentos que, por aparatosos, foram se impregnando no imaginário coletivo. Um desses equipamentos foi o Caminho Novo (atual Voluntários da Pátria), iniciado no governo Paulo Gama (1803-1809) e ampliado no governo Diogo de Souza (1809-1814). Nicolau Dreys, por volta de 1820, a ele se referiu como “um dos mais excelentes passeios públicos que se pode ver …bordado de ricas chácaras”. Ao final do seu primeiro trecho, Dom Diogo de Souza ergueu um solar para residência de verão dos governadores. Iniciativa seguida por alguns (não muitos, naturalmente) para fugirem da canícula de verão de uma Porto Alegre, que oscilava entre seus “nove meses de inverno e três meses de inferno”. OS PRIMEIROS SOLARES: REPRESENTAÇÕES O Solar Dom Diogo de Souza e seu portão de entrada sempre despertaram a atenção dos artistas. Foi assim com Jean-Baptiste Debret (1768-1848), ou com seu discípulo Araújo Porto Alegre, ainda no séc. XIX (Fig. 1). O fascínio deste último perdurou, especialmente depois que deles só restaram os escombros. Foi assim, em 1917, com Francisco Bellanca (1895-1974), quando formando e um dos primeiros alunos do sexo masculino a concluir o curso de pintura na Escola de Belas Artes (Fig. 2). Assim como Angelo Guido (Cremona, 1893 – Pelotas, 1969), no mesmo ano em que chegou à cidade (1925) para lecionar na Escola de Artes, a partir de 1926. Guido tinha uma especial predileção para representar em suas telas motivos históricos e paisagísticos da cidade que escolheu para se fixar (Fig. 3). O mesmo aconteceu com João Faria Viana (1905-75), quando presidia a Associação Chico Lisboa (1940), da qual foi um dos fundadores, para ilustrar o livro Memórias Sentimentais da Cidade, de Athos Damasceno (Fig. 4). Fig. 1 – Porto Alegre vista do Caminho Novo, erroneamente denominado de Paranaguá. Jean-Baptiste Debret, entre 1827-40. Aquarela, 39,0 x 58,0 cm. Acervo dos Museus Castro Maya, Rio de Janeiro-RJ.  Fig. 2 – Solar de Dom Diogo. Francisco Bellanca, 1917. Grafite sobre papel, 12,2 x 13,4 cm. Pinacoteca Barão de Santo Ângelo, Porto Alegre – RS Fig. 3 – Solar Dom Diogo de Souza. Angelo Guido, 1925. Óleo sobre tela, 35,0 x 50 cm. Coleção Particular, Porto Alegre – RS. Fig. 4 – Portão de entrada do Solar Dom Diogo. João Faria Viana, 1940. Bico de pena. Tirado de: DAMASCENO, Athos. Memórias Sentimentais da Cidade. Porto Alegre, Globo, 1940, p. 45. Arnoldo Doberstein é professor e estudioso da história de Porto Alegre.

Quer ter acesso ao conteúdo exclusivo?

Assine o Premium

Você também pode experimentar nossas newsletters por 15 dias!

Experimente grátis as newsletters do Grupo Matinal!

RELACIONADAS
ASSINE O PLANO ANUAL E GANHE UM EXEMPLAR DA PARÊNTESE TRI 1
ASSINE O PLANO ANUAL E GANHE UM EXEMPLAR DA PARÊNTESE TRI 1

Esqueceu sua senha?

ASSINE E GANHE UMA EDIÇÃO HISTÓRICA DA REVISTA PARÊNTESE.
ASSINE E GANHE UMA EDIÇÃO HISTÓRICA DA REVISTA PARÊNTESE.