Memória

1912: O surgimento da revista KODAK

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1912: O surgimento da revista KODAK
PORTO ALEGRE 250 ANOS: HISTÓRIA, FOTOGRAFIA E REPRESENTAÇÕES 1912: O surgimento da revista KODAK – História Na esteira das aceleradas transformações que Porto Alegre experimentava nas primeiras décadas do séc. XX, vale mencionar o surgimento da revista Kodak. Uma aventura editorial que durou de 1912 a 1920. Como típica revista de variedades, para além de antecessora da Máscara (1919) e da Revista do Globo (1929), representou um importante capítulo da história da gravura, da fotografia e da própria imprensa no Rio Grande do Sul. Da gravura porque em seu plano editorial sempre estiveram presentes caricaturas, charges e portraits (retratos mais fidedignos dos modelos) de artistas gráficos locais e nacionais. Nos seus dois primeiros anos, inclusive, foi reservada a capa de suas edições para gravuras impressas a cores. Um destaque até então ausente entre nós. Da fotografia porque ampliou-se enormemente o leque de sua aplicação. Do retrato de atelier e fotografias da paisagem urbana e rural, a Kodak introduziu o gênero da reportagem fotográfica, cobrindo os mais diversos assuntos (festas, recepções, acidentes, sinistros e até escândalos). E, para júbilo das mais desenvoltas e contrariedade das mais retraídas, flagrantes de seus footings na rua da Praia.  Da própria imprensa no Rio Grande do Sul porque nas suas páginas, através de fotos, reportagens, pequenas inserções na seção de crônica social, charges e caricaturas, seus redatores, artistas gráficos, fotógrafos e colaboradores passaram de cronistas e comentaristas do ocorrido a protagonistas e foco central dos acontecimentos. Ou seja, como personagens. Uma tendência que não parou mais de crescer. Nos dias de hoje, inclusive, numa escala à qual não faltam narizes torcidos. A revista KODAK – Representações Desta levada de apresentar seus colaboradores como personagens do cotidiano da cidade, temos diversos exemplos. Desde a capa de um de seus primeiros números, onde Giuseppe Gaudenzi (Cremona, 1878 – R. Janeiro, 1966) caricaturizou o exuberante Mario Cinco Paus (repórter e cronista de vários jornais locais), rodeado de um cortejo de admiradoras (Fig. 1). Nas páginas internas, a promoção de seus quadros era uma constante. Como fez Raul Pederneiras com a caricatura de Emilio Guimarães, cineasta, fotógrafo e diretor artístico da revista (Fig. 2). Assim como da equipe de desenhistas da revista, então chamado de pinta-monos, como fez Orsolino Martins, o Nero (Fig. 3). Nas charges, era muito recorrente a exploração de fatos e personagens da política estadual e nacional. Nos primeiros dois anos da revista, com uma certa ênfase em Pinheiro Machado e Hermes da Fonseca. O primeiro, como fez Gaudenzi, apresentado como o garantidor do mandado presidencial (Fig. 4). O segundo, como o fez Orzolino Martins, como um fantoche meio aparvalhado com as dificuldades do mandato. Por vezes se incomodava e ameaçava com censura. Pior pra ele (Fig. 5).  Fig. 1 – Dança dos Amores. Giuseppe Gaudenzi, Giga, 1912. Charge do jornalista Mário Cinco Paus. In: Revista Kodak, ano I, n.6, 06.11.1912, capa. Acervo Miguel Espírito Santo, Porto Alegre, RS.  Fig. 2 – Phocando. Raul Pederneiras, Raul, 1913. Charge de Emilio Guimarães, cineasta, fotógrafo e diretor artístico […]

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